São Paulo, segunda-feira, 01 de setembro de 2008

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Após protesto, governo mexicano promete agir para conter violência

Manifestação na principal praça da capital reuniu 150 mil pessoas no sábado

Marco Ugarte - 30.ago.08/Associated Press
Mexicanos se reúnem no Zócalo, na capital; narcotráfico deixou cerca de 2.700 mortos neste ano

DA REDAÇÃO

O presidente mexicano, Felipe Calderón (conservador), convocou ontem uma reunião extraordinária com membros do governo para discutir novas medidas de segurança. O encontro ocorre logo após as manifestações de sábado, quando milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra a escalada de violência no país.
Convocados por mais de dez ONGs, os manifestantes pressionam Calderón a cumprir sua promessa de conter o surto de assassinatos e seqüestros.
Mesmo a forte chuva que caía na Cidade do México não espantou os participantes da marcha. Vestidas de branco e com velas nas mãos, cerca de 150 mil pessoas, segundo estimativas da mídia local, caminharam em silêncio pela avenida Reforma, umas das principais vias da capital mexicana, até a praça do Zócalo, onde cantaram o hino nacional. Manifestações similares foram registradas em 70 cidades do país.
Na última semana, o aparecimento de 16 corpos decapitados na península de Yucatã horrorizou a população mexicana. Pelo menos 2.700 pessoas foram mortas neste ano em crimes atribuídos ao narcotráfico, superando os dados de 2007. O número de seqüestrados chega a 300. Recentemente, o governo anunciou um novo programa de segurança que previa medidas como o combate à lavagem de dinheiro, a demissão de policiais corruptos e a instalação de novas prisões.
Muitos daqueles que participaram das manifestações portavam fotografias de familiares, amigos e conhecidos que foram vítimas de seqüestro. Outros também carregavam faixas com pedidos de "Basta de violência" e "Queremos paz".
"O mais frustrante é a insensibilidade das autoridades", disse o pai de Monica Alejandrina Ramirez, seqüestrada há quatro anos.
Segundo Eduardo Carillo, um dos organizadores do ato, trabalhadores, donas-de-casa intelectuais, estudantes e empresários participaram da marcha. Em março de 2004, uma manifestação semelhante reuniu milhares de pessoas para pedir maior segurança.


Com agências internacionais



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