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Ex-candidata ainda sonha ser presidente
DA REDAÇÃO
Emocionada e vestindo
traje militar, Ingrid Betancourt agradeceu ontem ao
"impecável Exército colombiano" e a todos os que
se esforçaram pela libertação dos reféns das Farc.
Sorridente e aparentando boa saúde, a mulher
que abraçou a mãe, Yolanda Pulecio, e o marido,
Juan Carlos Lecompte, ao
desembarcar na base militar de Catam (oeste de Bogotá) era bastante diferente da esquálida figura que
mirava o chão, em 2007,
na mais recente foto divulgada pela guerrilha.
"Travei muitas batalhas,
tentei a fuga diversas vezes, procurei manter a esperança como mantemos
a cabeça fora d'água. Mas
hoje, mamita, sinto-me
vencida", dizia, em carta
entregue junto com a foto.
Nascida no Natal de
1961, em Bogotá, numa família de forte tradição política, Ingrid era candidata
à Presidência pelo partido
Oxigênio quando foi seqüestrada, em fevereiro de
2002. Ontem, ela disse que
"ainda aspira servir à Colômbia como presidente".
A libertação de Ingrid,
que tem também cidadania francesa, foi uma prioridade da França nos 77
meses de cativeiro. O Parlamento Europeu declarou apoio à causa, e o partido Itália dos Valores
(IDV) criou neste ano um
comitê para promover a
sua candidatura ao Prêmio Nobel da Paz.
Ainda criança, Ingrid
mudou-se para Paris, onde
seu pai, Gabriel Betancourt, era embaixador na
Unesco. Lá, viveu a maior
parte da infância e juventude, cursou o renomado
Instituto de Estudos Políticos e conheceu seu ex-marido, o diplomata Fabrice Delloye, pai de seus
filhos, Mélanie e Lorenzo.
Política
Em 1989, Ingrid voltou à
Colômbia. Em 1994, foi
eleita deputada pelo Partido Liberal. Deixou a legenda para fundar o partido
verde Oxigênio, com plataforma pacifista e anticorrupção, e foi eleita senadora em 1998. O seqüestro interrompeu a campanha à Presidência pela legenda em ascensão.
Na selva, Ingrid acompanhava notícias da família por meio de programas
como o "Vozes do Seqüestro", aos quais também
agradeceu ontem. Pelo rádio, soube da morte do pai,
do mestrado da filha e comoveu-se ao ouvir a voz
adulta do filho, que viu pela última vez aos 13 anos.
Com agências internacionais
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