São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2008

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Bush lidera elogios à ação de Uribe

Embaixador diz que EUA deram "apoio técnico e logístico" ao resgate; Chávez cala, mas divulga nota

Equador aprova liberação, mas lamenta "ação militar"; para Peru, relações na América Latina melhoram com a liberdade de 15 reféns

DA REDAÇÃO

Os Estados Unidos estavam informados e cooperaram com "aspectos técnicos e logísticos" da operação que liberou Ingrid Betancourt e outros 14 reféns das Farc, disse o embaixador americano na Colômbia, William Brownfield. O diplomata disse que a cooperação envolveu troca de inteligência, equipamento e treinamento.
George W. Bush ligou para seu colega colombiano, Álvaro Uribe, para cumprimentá-lo pelo resgate. "Ambos falaram da boa notícia que é a liberação dos reféns", relatou Gordon Johndroe, porta-voz do Conselho Nacional de Segurança.
Segundo ele, Bush disse que Uribe era "um líder forte". Contou que o colombiano agradeceu ao colega o "apoio e confiança em seu no governo".
"Os EUA pedem que as Farc soltem imediatamente os outros reféns. (...) Elogiamos o governo da Colômbia por seus esforços de resgatar os reféns", disse a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice.
O Departamento de Estado classificou a operação como "brilhante" e de "enorme sucesso", cujo "mérito exclusivo" é da Colômbia.
O Equador -invadido pela Colômbia em março numa operação que matou o número dois das Farc, Raúl Reyes- recebeu com "alívio" o resgate, mas lamentou que a ação não tenha sido fruto de um acordo de paz. "Pena que não tenha sido um marco de um processo de paz, mas um resgate [militar]", afirmou o ministro da Defesa equatoriano, Javier Ponce.
"O problema é que isso enfraquece a saída política e pode precipitar ações das Farc, que se sentem debilitadas."

Nota de Chávez
Até o fechamento desta edição, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, não se pronunciara. Segundo uma TV estatal, ele telefonou a Uribe para felicitá-lo. Seu governo celebrou a notícia em nota na qual pediu que as Farc libertem os reféns ainda em seu poder. No ano passado, Chávez foi afastado por Uribe da mediação com o grupo para liberar reféns.
No início deste ano, a guerrilha libertou seis reféns "em desagravo" ao venezuelano, que então defendeu a legitimidade política da guerrilha. Posteriormente, foi acusado pela Colômbia de entregar dinheiro e armas às Farc. Chávez nega.
Para o Peru, a notícia é "o triunfo da democracia sobre o terrorismo". "Essa liberação vai ajudar a recompor as relações da América Latina. Era um tema que estava internacionalizado de tal maneira que gerava dificuldades", disse o chanceler José García Belaunde.
Já para o presidente boliviano, Evo Morales, o resgate é "importantíssimo para a busca da paz". "Não estamos em tempos de lutas armadas nem de lutas denominadas terroristas, mas de lutas democráticas (...) que liberam os povos, que liberam a América Latina."
O secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza, disse "festejar" a liberação porque nela "se encarnam os objetivos de paz por que luta nossa organização".
O premiê espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, "felicitou" Uribe e a família de Ingrid. Depois, Uribe agradeceu a Zapatero pelo apoio por telefone.


Com agências internacionais


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