|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lula celebra ação; Brasil pode ajudar em novo diálogo
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para o governo brasileiro, a
libertação da ex-candidata presidencial colombiana Ingrid
Betancourt e de outros 14 reféns abre caminho para uma
"pacificação total" da Colômbia. Segundo o chanceler Celso
Amorim, o Brasil poderá ajudar
nessas negociações, se assim
for solicitado pelas partes.
A notícia da libertação dos
reféns interrompeu a conversa
do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva com He Guoqiang,
membro do Partido Comunista
da China, no Palácio do Planalto. Estavam presentes o chanceler Celso Amorim e o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais,
Marco Aurélio Garcia.
Segundo Amorim, Lula disse
"que ótimo", ao ser informado,
e determinou a confecção de
uma nota. No documento, Lula
manifestou sua "satisfação"
com a notícia e expressou a "esperança" de que tenha sido dado um "passo importante para
a libertação de todos os demais
seqüestrados, a reconciliação
de todos os colombianos e a paz
na Colômbia".
O presidente não havia feito
nenhum telefonema à Colômbia nem aos familiares dos reféns até o início da noite de ontem. Mas contatos neste sentido devem ser feitos nos próximos dias.
Em entrevista coletiva, o
chanceler Amorim felicitou o
governo colombiano pela operação e disse que o fato de não
terem sido registradas mortes,
segundo informações de Bogotá, "demonstra a eficiência do
aparelho militar colombiano".
Para ele, a operação deixa
claro que "não há futuro para
esta luta armada" e que as Farc
estão muito enfraquecidas -o
que abre caminho para uma
"saída negociada".
"Várias vezes perguntamos
ao governo colombiano se os
mesmos padrões oferecidos
aos paramilitares [com os quais
membros do governo Uribe são
acusados de envolvimento] seriam também oferecidos para
elementos das Farc caso eles se
dispusessem a depor as armas,
assumir compromissos. E sempre nos foi dito que sim", disse
o chanceler. "Em face deste enfraquecimento das Farc, que é
óbvio, em face desta disposição
já revelada mais de uma vez pelo governo colombiano, eu tenho impressão que se abre um
caminho para a pacificação",
completou.
Amorim não quis comentar
se as articulações que vêm sendo feitas pelo partido do presidente colombiano, Álvaro Uribe, no sentido de mudar a
Constituição para lhe permitir
disputar um terceiro mandato
podem atrapalhar essas eventuais negociações com as Farc.
Já Marco Aurélio disse ter se
sentido "muito aliviado" com a
notícia da libertação dos reféns.
Texto Anterior: Bush lidera elogios à ação de Uribe Próximo Texto: Saiba mais: Americanos estavam em missão militar Índice
|