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Irã ignora prazo dado pelo Ocidente
Teerã não respondeu sobre oferta para congelar programa nuclear em troca de suspensão de sanções
Ahmadinejad diz que Irã não abrirá mão do direito de enriquecer urânio; país volta a acusar EUA pelo acordo nuclear com a Índia
DA REDAÇÃO
O Irã deixou passar sem resposta mais um prazo informal
para dar sua resposta oficial à
última proposta de acordo nuclear feita pelas cinco potências
nucleares do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha. A proposta, apresentada
há duas semanas, promete a
suspensão das sanções da ONU
contra o país, mais incentivos
financeiros, em troca da suspensão do projeto de enriquecimento de urânio iraniano.
Enquanto o representante
do Irã na AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica)
dizia que não houve qualquer
acordo entre os negociadores
quanto ao prazo, o presidente
iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, reafirmava que o país
não abrirá mão "de seus direitos nucleares". Sob o Tratado
de Não-Proliferação Nuclear
(TNP), o Irã tem direito de
enriquecer urânio para fins pacíficos, mas é acusado pelo Ocidente de ter um programa secreto para produzir a bomba.
Ahmadinejad deu a declaração durante uma visita a Teerã
do ditador sírio, Bashar Assad,
a quem o presidente francês,
Nicolas Sarkozy, havia pedido
que ajudasse a convencer o Irã
a aceitar a proposta do chamado Grupo dos Seis. No entanto,
a palavra final sobre o projeto
nuclear não seria de Ahmadinejad, mas do líder religioso supremo do país, Ali Khamenei.
Falando à Reuters sob anonimato, um funcionário da União
Européia disse que o chefe da
diplomacia do bloco, Javier Solana, ainda espera uma resposta oficial de Teerã "nos próximos dias". "Não se deve dar
tanta atenção ao prazo final... O
que importa é que queremos
uma resposta clara", disse.
Mas o ministro das Relações
Exteriores da Alemanha,
Frank-Walter Steinmeier, declarou que Teerã deve parar de
brincar com o tempo. "Apelo
novamente ao Irã para que não
brinque mais com o tempo, e dê
uma resposta útil às nossas
ofertas: pare de perder tempo",
disse à revista "Der Spiegel".
Também ontem, o Irã voltou
a acusar os EUA de usarem
duas medidas em relação à
questão nuclear por terem assinado o acordo de cooperação
com a Índia -país que não
subscreveu o TNP. O acordo recebeu anteontem o aval da
AIEA. O último encontro dos
negociadores iranianos com o
Grupo dos Seis teve a presença
do número três da diplomacia
americana, William Burns, o
mais alto funcionário a participar de conversas diretas com
Teerã desde que os dois países
romperam relações, em 1979.
Com agências internacionais
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