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Cai 78,4% número de delegados negros no Partido Republicano
DO ENVIADO ESPECIAL A ST. PAUL
Há apenas 36 delegados republicanos negros presentes à
convenção da sigla neste ano,
uma queda de 78,4% em relação aos 167 de quatro anos
atrás, em 2004. Esses 36 afro-descendentes representam
1,5% do total de delegados que
ratificarão o nome de John
McCain como candidato a presidente pela agremiação.
Essa quantidade de negros
presentes é a menor nos últimos 40 anos numa convenção
republicana segundo os dados
compilados pela ONG Joint
Center for Political and Economic Studies, especializada em
mapear a presença de afro-descendentes em vários setores da
sociedade norte-americana. A
informação é mais uma evidência de como o Partido Republicano vem se tornando uma entidade distante de certos setores do eleitorado.
Em comparação, na Convenção Nacional Democrata, na semana passada, em Denver (Colorado), havia 1.079 delegados
negros presentes durante a nomeação oficial de Barack Obama como candidato a presidente pelo partido de oposição.
Obama é mestiço, filho de
mãe norte-americana branca e
de pai negro natural do Quênia.
Esses 1.079 afro-descendentes
representaram 24,3% dos delegados democratas. O número
total de convencionais é diferente em cada sigla.
Sub-representados
Segundo dados do censo de
2000, havia naquele ano 36,6
milhões de negros nos Estados
Unidos, o equivalente a 12,3%
do total da população.
De acordo com a ONG Joint
Center, os republicanos historicamente nunca tiveram mais
do que 6,7% de afro-americanos entre seus delegados em
uma convenção nacional. Esse
recorde (6,7%) havia sido estabelecido em 2004.
McCain tentou se aproximar
durante esta campanha do eleitorado negro nos EUA, fazendo
contatos diretos com organizações tradicionais como a Associação Nacional para o Avanço
das Pessoas de Cor (NAACP, na
sigla em inglês). Mas os esforços parecem ter sido até agora
pouco frutíferos.
Segundo o relatório do Joint
Center, "John McCain provavelmente receberá uma parcela
historicamente baixa do voto
negro" em novembro. Mas há
uma ressalva dizendo que esse
fato não pode ser atribuído a
nenhuma atitude específica de
McCain.
O problema para o republicano é o seu oponente, Barack
Obama, ser o primeiro candidato a presidente afro-americano
por um grande partido nos Estados Unidos, exercendo um
grande poder de atração sobre
esses eleitores.
Outro fator a contribuir para
o afastamento dos negros de
McCain é a identificação que
esse eleitorado enxerga entre o
candidato republicano e o atual
presidente dos EUA, George W.
Bush. Pouco apreciado pelas
minorias, Bush também tem
uma imagem depauperada entre os eleitores negros.
O Partido Republicano contra-argumentou a respeito dos
poucos delegados negros afirmando que 13% dos convencionais neste ano pertencem a algum tipo de minoria.
Segundo declarou ao jornal
"USA Today" Joanna Burgos,
porta-voz da agremiação, esse
percentual seria o dobro em relação ao de 1996.
(FERNANDO RODRIGUES)
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