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IRAQUE SOB TUTELA
Operação acaba com prisão de 51 suspeitos; insurgentes matam sete iraquianos e explodem oleoduto
EUA descobrem fábrica de carros-bomba em Bagdá
DA REDAÇÃO
O comando militar norte-americano anunciou ontem que soldados descobriram uma fábrica
de carros-bomba em Bagdá durante uma operação de busca por
armas ilegais na capital do Iraque.
Por seu lado, o governo interino
manifestou a intenção de oferecer
anistia aos insurgentes.
De acordo com um porta-voz, o
primeiro-ministro iraquiano,
Iyad Allawi, está considerando a
alternativa de anistiar os insurgentes que combateram as forças
da coalizão. "Se eles estavam contra os americanos, isso é justificável porque era uma força de ocupação. Vamos dar a eles liberdade", afirmou Georges Sada.
O porta-voz acrescentou que o
projeto de anistia ainda está sendo elaborado e não é certo que seja concedido perdão completo a
quem matou americanos.
Fábrica de bombas
Os soldados encontraram numa
oficina de Bagdá quatro veículos
que aparentemente estavam sendo modificados para serem usados em atentados. Além dos carros, as forças de segurança descobriram mais de 12 milhões de dinares (cerca de R$ 25 mil) dentro
de três cofres, rifles AK-47, munição e temporizadores. Três homens foram detidos. Em outros
locais, os americanos prenderam
48 suspeitos e acharam mais armas e explosivos.
O Exército acredita que os suspeitos presos pertençam a uma
célula responsável pela morte de
dois soldados americanos em recentes ataques.
Em Mahmudiyah, na periferia
sul de Bagdá, insurgentes atacaram um posto de controle, matando sete soldados iraquianos,
segundo a agência de notícias
Reuters. Um marine americano
morreu devido a ferimentos recebidos na Província de Anbar na
sexta-feira.
Também foi anunciada ontem a
morte de Ihsan Karim, chefe dos
representantes iraquianos na
equipe que investiga denúncias
de corrupção no programa Petróleo por Comida (ação coordenada
pela ONU nos anos 90, na qual se
abriu uma exceção no embargo
econômico imposto ao Iraque para a compra de alimentos para a
população). O carro de Karim foi
atingido pela explosão de uma
bomba na quinta-feira.
O vice-chanceler iraquiano, Hamid al Bayati, pediu que França e
Alemanha, os principais opositores da Guerra do Iraque, ajudem
na formação e treinamento das
forças de segurança do país: "Precisamos construir um novo Exército, forças especiais e polícia.
Precisamos de treinamento. Os
países da Otan [a aliança militar
ocidental], especialmente Alemanha e França, são importantes e
necessitamos a ajuda deles".
Em cúpula realizada na semana
passada em Istambul (Turquia),
líderes da Otan ofereceram ao Iraque treinamento militar. França e
Alemanha, porém, insistem que o
treinamento deve ser feito fora do
território iraquiano.
O rei do Bahrein, xeque Hamad
al Khalifa, afirmou que seu país
pode enviar uma força naval para
ajudar na vigilância das águas territoriais do Iraque, caso receba
um pedido. O anúncio veio na seqüência de ofertas feitas por outros países árabes (Jordânia e Iêmen). O chanceler iraquiano,
Hoshiyar Zebari, reagiu sem entusiasmo: "Agradecemos o apoio
de países árabes e islâmicos. Mas
há muitas maneiras de eles ajudarem (...) Há sensibilidades quanto
à participação de países vizinhos
nas forças de paz".
Um oleoduto da península Faw
(sul), do sistema de exportação
pelo golfo Pérsico, foi atacado ontem e está em chamas. Segundo
um funcionário da companhia
petrolífera, o atentado cortou pela
metade o fluxo das exportações.
Os advogados da defesa de Saddam Hussein afirmaram ter recebido ameaças de autoridades iraquianas. Issam Ghazawi afirmou
que o ministro da Justiça iraquiano, Malek Dohan al Hassan, lhe
disse em telefonema que se fossem a Bagdá os advogados seriam
"cortados em pedaços". O ministro não comentou as acusações.
Com agências internacionais
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