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Conceito de
cidadania vem
da Grécia Antiga
DA REDAÇÃO
"Enquanto a cidadania
tradicional opera espacialmente, a cidadania global
opera temporalmente." A
frase do jurista americano
Richard Falk ilustra a transformação pela qual passou o
conceito de cidadania nos
últimos milênios.
O conceito surgiu na Grécia Antiga, onde era aplicado
geralmente a donos de propriedades, mas não a mulheres e a escravos. O cidadão
grego podia votar e estava
sujeito a pagar impostos e fazer serviço militar.
A associação do conceito a
um território passou a existir
quando os romanos usaram
a idéia de cidadania como
uma forma de distinguir os
moradores da cidade de Roma dos habitantes dos territórios que Roma havia conquistado e incorporado.
Conforme seu império
crescia, os romanos passaram a conceder gradualmente a cidadania -ou "civitas"- a moradores de outras Províncias. No ano 212,
ela foi estendida a todos os
habitantes do império.
O conceito de cidadania
nacional praticamente desapareceu na Europa durante a
Idade Média, sendo substituído por um sistema feudal
de direitos e obrigações.
As concepções modernas
de cidadania derivam do século 18. Nas revoluções
Francesa e Americana, o termo cidadão passou a designar a posse de certos direitos
aos nascidos ou habitantes
de certos territórios, em um
rompimento com os poderes da monarquia.
Em seu livro "Os Argonautas da Cidadania", o sociólogo carioca Liszt Vieira descreve a primeira teoria sociológica de cidadania, proposta em 1949 por Thomas
H. Marshall. "[Os direitos de
cidadania] seriam os direitos
civis, conquistados no século 18, os direitos políticos, alcançados no século 19
-ambos chamados de primeira geração- e os direitos sociais, conquistados no
século 20, chamados de direitos de segunda geração."
O cidadão global -um
conceito ainda em formação- tem de ser pensado
temporalmente, diz Falk,
"pois concede sua lealdade e
pensa em direitos e deveres
ainda não estabelecidos, é
dedicado à luta para criar
uma ordem civil global que é
um projeto para o futuro e
não uma realidade atual".
Mas para Vieira, assim como para muitos ativistas, o
conceito não deve ser pensado apenas como uma "aspiração ideal". De acordo com
o sociólogo, a noção é utópica, mas " baseia-se também
na convicção pragmática de
que o que é considerado
possível não é sustentável."
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