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Paramilitares tentam limpar imagem
DA REDAÇÃO
A expectativa para a posse de
Álvaro Uribe na Presidência da
Colômbia, nesta quarta-feira,
vem provocando alterações no
quadro da guerra civil que o país
enfrenta há quatro décadas.
A mais recente mudança de cenário ocorreu no campo dos paramilitares de direita, nascidos
nos anos 80 como milícias de proteção aos chefões do narcotráfico
e aos grandes fazendeiros contra a
ação das guerrilhas de esquerda.
As AUC (Autodefesas Unidas
da Colômbia), principal grupo
paramilitar do país, anunciou no
mês passado a sua dissolução em
pequenos grupos regionais. Seu
líder, Carlos Castaño, acusou seus
associados de envolvimento com
o narcotráfico e de ações terroristas e disse que passaria a cuidar
apenas de seu grupo original, as
ACCU (Autodefesas Camponesas
de Córdoba e Urabá).
O anúncio de Castaño é visto
pelos analistas como uma estratégia para tentar se desvincular das
ações criminosas e buscar uma
anistia no futuro governo Uribe.
Segundo dados do próprio governo, os paramilitares seriam os
maiores violadores dos direitos
humanos no país. Atuando muitas vezes com a conivência da força pública, eles promovem massacres contra civis acusados de
colaborar com a guerrilha.
Para o senador Antonio Navarro Wolff, Castaño tenta se aproximar dos EUA, que têm a AUC em
sua lista de organizações terroristas e já autorizaram o governo colombiano a usar a ajuda financeira e militar para combater o grupo. "Ele entende com clareza que
o novo poder decisório na Colômbia é os EUA, por isso tenta se
desvincular do narcotráfico e do
terrorismo", diz.
Para Adam Isacson, do Centro
de Política Internacional, Castaño
aposta numa negociação com
Uribe, a quem declarou apoio na
campanha presidencial. "Uribe já
manifestou intenção de negociar.
As AUC estão preocupadas agora
em melhorar sua imagem", diz.
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