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Notícias sobre "terroristas" são pivô de crítica
DE LONDRES
Uma das principais críticas de
organizações de muçulmanos e
de instituições de proteção a direitos humanos em relação à mídia no Reino Unido está ligada às
notícias de prisões de suspeitos de
terrorismo.
"Com a nova lei antiterror, a polícia pode deter qualquer pessoa
sob o pretexto de que é suspeita, e
a maior parte dos presos são muçulmanos. Só que a maioria deles
acaba sendo liberada por falta de
provas. O problema é que a mídia
noticia com estardalhaço as prisões, mas não noticia quando as
pessoas são soltas", diz Liz Fekete,
do Institute of Race Relations.
Segundo ela, a conseqüência negativa disso é que a população
acaba tendo a idéia de que muitos
muçulmanos estão envolvidos
com terrorismo no Reino Unido.
Pesquisas do Institute of Race
Relations e de instituições que representam muçulmanos indicam
que, entre mais de 600 pessoas
-a maior parte muçulmanos-
detidas para averiguação, somente 15 ficaram presas.
"Além disso, a maioria dos que
terminaram presos de fato sequer
são muçulmanos. Muitos eram
suspeitos de ligação com o terrorismo na Irlanda do Norte, por
exemplo", afirma Fekete.
Mas o fato de estarem no centro
desse debate público também tem
trazido conseqüências positivas,
segundo os muçulmanos, como o
crescimento da procura por cursos sobre o Oriente Médio.
"Acho que todas as discussões
sobre o Oriente Médio, petróleo e
guerra têm chamado a atenção
dos jovens. Por outro lado, o declínio do interesse por estudos
americanos pode ser uma reação
contra o que os políticos dos EUA
têm feito", disse Muhammad Abdel Haleem, da School of Oriental
and African Studies.
(EF)
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