|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Deputados na Argentina ratificam taxa sobre grãos
ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES
Após 19 horas de sessão, os
deputados da base de apoio do
governo argentino conseguiram aprovar ontem na Câmara
o projeto de lei que determina o
aumento de impostos sobre as
exportações de grãos por apenas sete votos de diferença. O
projeto agora passa para apreciação do Senado e continua
em vigor até a decisão final.
A taxação elevada, decretada
em março, causou uma crise
com o setor agropecuário que
gerou bloqueios nas estradas,
desabastecimento nas cidades
e panelaços contra o governo.
Para tentar controlar a crise,
há duas semanas, a presidente
Cristina Kirchner enviou o
projeto ao Congresso. Apesar
de o governo ter maioria tanto
na Câmara quanto no Senado, a
vitória de ontem foi apertada
(129 a favor, 122 contra e 2 abstenções), já que vários deputados com base de apoio no campo votaram contra a proposta.
Cristina e o ex-presidente
Néstor Kirchner ligaram para o
presidente do bloco oficialista,
Agustín Rossi, para parabenizá-lo pela vitória.
A tendência é que o projeto
também seja aprovado no Senado, onde o governo tem ao
menos 42 dos 72 senadores.
O texto original do governo
-que diz que os impostos aumentam conforme o preço do
produto no mercado internacional- foi alterado pelo bloco
oficialista para oferecer mais
benefícios aos pequenos produtores e facilitar a aprovação.
Produtores de até 300 toneladas de soja pagarão um imposto fixo de 30%, e quem produz entre 300 toneladas e 750
toneladas, 35%. Para até 1.500
toneladas, serão 35% sobre as
primeiras 750 toneladas e o valor corrente para o resto. Segundo Rossi, com a mudança
do texto, 85% dos produtores
não seriam atingidos pelo aumento de impostos.
Líderes de entidades rurais
consideraram a proposta insuficiente, mas prometem não
voltar a protestar nas estradas.
Texto Anterior: Bento 16 resgata tradicionalismo Próximo Texto: Sucessão nos EUA / Mudança de rumo: Em busca de moderados, Obama dá guinada à direita Índice
|