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São Paulo teve "babyklappe" por mais de cem anos
DA REDAÇÃO
De 1825 a 1948, São Paulo
teve sua "babyklappe".
A chamada Roda dos Expostos era uma espécie de
porta giratória com uma
abertura para a rua e outra
para o interior do hospital da
Santa Casa de Misericórdia
(região central da cidade).
As crianças depositadas no
local, também conhecido
como Roda dos Enjeitados,
eram recolhidas pelas freiras
da Santa Casa. Se o bebê tivesse problemas de saúde,
era tratado pelas irmãs.
Já saudável, era criado e
educado na instituição religiosa ou entregue a uma família pobre, que ficava responsável por sua subsistência durante o período de
amamentação em troca de
uma pequena mensalidade.
Após o período de amamentação, a criança ficava
com a família que a criara ou
era entregue a parentes "de
sangue", se estes procurassem a Santa Casa.
Uma lei de 1948, que obrigava mães que desejassem
abandonar seus filhos a se
registrar em escritórios do
governo, levou à extinção da
"babyklappe" no Brasil.
O dispositivo é citado no
conto "Pai contra Mãe", de
Machado de Assis, em que o
protagonista, cuja profissão
era "caçar" escravos fugitivos, se vê diante do dilema
de capturar uma escrava
grávida ou entregar seu filho
à Roda dos Enjeitados.
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