São Paulo, domingo, 07 de julho de 2002

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São Paulo teve "babyklappe" por mais de cem anos

DA REDAÇÃO

De 1825 a 1948, São Paulo teve sua "babyklappe".
A chamada Roda dos Expostos era uma espécie de porta giratória com uma abertura para a rua e outra para o interior do hospital da Santa Casa de Misericórdia (região central da cidade).
As crianças depositadas no local, também conhecido como Roda dos Enjeitados, eram recolhidas pelas freiras da Santa Casa. Se o bebê tivesse problemas de saúde, era tratado pelas irmãs.
Já saudável, era criado e educado na instituição religiosa ou entregue a uma família pobre, que ficava responsável por sua subsistência durante o período de amamentação em troca de uma pequena mensalidade.
Após o período de amamentação, a criança ficava com a família que a criara ou era entregue a parentes "de sangue", se estes procurassem a Santa Casa.
Uma lei de 1948, que obrigava mães que desejassem abandonar seus filhos a se registrar em escritórios do governo, levou à extinção da "babyklappe" no Brasil.
O dispositivo é citado no conto "Pai contra Mãe", de Machado de Assis, em que o protagonista, cuja profissão era "caçar" escravos fugitivos, se vê diante do dilema de capturar uma escrava grávida ou entregar seu filho à Roda dos Enjeitados.



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