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Salário era vital para motorista, alega defesa
DE NOVA YORK
Um terrorista da Al Qaeda
profundamente envolvido
nos atentados do 11 de Setembro ou um trabalhador
com quatro anos de escolaridade que era motorista de
Osama Bin Laden para garantir o sustento da família
com um salário de US$ 200?
As visões díspares da acusação e da defesa sobre Salim
Hamdan também dividiram
a opinião pública nos Estados Unidos. Entidades de defesa de direitos civis e humanos criticaram veementemente a condenação ontem.
Em observação feita por
muitos críticos desse julgamento, a defesa de Hamdan
citou que Erich Kempla, o
motorista de Adolf Hitler,
nunca fora julgado como criminoso de guerra.
Para Harry H. Schneider
Jr., advogado de defesa de
Hamdan, o réu é apenas um
pai de dois filhos que "tinha
que ganhar algum dinheiro
para viver".
Já o agente do FBI (polícia
federal dos EUA) George M.
Crouch Jr., testemunha de
acusação, afirmou que ele teve papel crucial nos atentados que abalaram os EUA em
2001. "Sem pessoas como o
sr. Hamdan, Bin Laden não
ganharia apoio, proteção e
provavelmente ficaria incapacitado" de promover os
ataques, afirmou.
Hamdan, que diz ter cerca
de 40 anos, passou os sete últimos na prisão de Guantánamo. Nascido no Iêmen, integrava ainda a equipe de
guarda-costas de Bin Laden.
Além do iemenita, 264
suspeitos de terrorismo estão presos em Guantánamo
-que já chegou a abrigar 700
suspeitos. A junta militar
abriu processo contra cerca
de 20 detentos, e outros 80
devem ser processados em
breve. Por enquanto, os EUA
determinaram que 65 dos
detidos podem deixar a prisão e ser repatriados.
A lista inclui um afegão,
Mohammed Jawad, que era
menor de idade quando praticou o suposto crime -ele é
acusado de lançar uma granada que feriu dois soldados
americanos e seu intérprete
em Cabul, em 2002.
(DB)
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