São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

perfil

Salário era vital para motorista, alega defesa

DE NOVA YORK

Um terrorista da Al Qaeda profundamente envolvido nos atentados do 11 de Setembro ou um trabalhador com quatro anos de escolaridade que era motorista de Osama Bin Laden para garantir o sustento da família com um salário de US$ 200?
As visões díspares da acusação e da defesa sobre Salim Hamdan também dividiram a opinião pública nos Estados Unidos. Entidades de defesa de direitos civis e humanos criticaram veementemente a condenação ontem.
Em observação feita por muitos críticos desse julgamento, a defesa de Hamdan citou que Erich Kempla, o motorista de Adolf Hitler, nunca fora julgado como criminoso de guerra.
Para Harry H. Schneider Jr., advogado de defesa de Hamdan, o réu é apenas um pai de dois filhos que "tinha que ganhar algum dinheiro para viver".
Já o agente do FBI (polícia federal dos EUA) George M. Crouch Jr., testemunha de acusação, afirmou que ele teve papel crucial nos atentados que abalaram os EUA em 2001. "Sem pessoas como o sr. Hamdan, Bin Laden não ganharia apoio, proteção e provavelmente ficaria incapacitado" de promover os ataques, afirmou.
Hamdan, que diz ter cerca de 40 anos, passou os sete últimos na prisão de Guantánamo. Nascido no Iêmen, integrava ainda a equipe de guarda-costas de Bin Laden.
Além do iemenita, 264 suspeitos de terrorismo estão presos em Guantánamo -que já chegou a abrigar 700 suspeitos. A junta militar abriu processo contra cerca de 20 detentos, e outros 80 devem ser processados em breve. Por enquanto, os EUA determinaram que 65 dos detidos podem deixar a prisão e ser repatriados.
A lista inclui um afegão, Mohammed Jawad, que era menor de idade quando praticou o suposto crime -ele é acusado de lançar uma granada que feriu dois soldados americanos e seu intérprete em Cabul, em 2002.
(DB)



Texto Anterior: Guantánamo condena seu primeiro réu
Próximo Texto: Justiça da Venezuela ratifica impugnações
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.