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Justiça da Venezuela ratifica impugnações
Decisão impede que 272 políticos, na maioria opositores, concorram nas eleições regionais e municipais de 23 de novembro
Entre os inelegíveis, está Leopoldo López, prefeito de Chacao e principal nome da oposição, que acusa Chávez de estar por trás da medida
DA REDAÇÃO
O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, cujos juízes
são em sua maioria alinhados
ao presidente Hugo Chávez,
considerou "constitucional" a
impugnação de políticos que
respondem, em alguma instância, a processos por corrupção,
mesmo sem terem sido condenados ou ainda tendo possibilidade de recurso. Eles ficam, assim, impedidos de concorrer às
eleições regionais e municipais
de novembro.
O parecer do tribunal, emitido na noite de terça, refere-se a
um caso, o de um recurso impetrado por uma política próxima
ao governo tornada inelegível,
que foi negado. Ele estabelece,
no entanto, jurisprudência para a impugnação de 271 outros
potenciais candidatos.
A lista foi elaborada pelo controlador-geral da República,
Clodosvaldo Russián, e posteriormente ratificada pelo Conselho Nacional Eleitoral. Todos
os políticos incluídos enfrentam alguma acusação de irregularidade administrativa, mesmo que não tenham sido julgados ou condenados.
Para a oposição, a medida
tem por trás a mão do presidente Hugo Chávez, que teme perder nas eleições postos estratégicos hoje ocupados por aliados, uma vez que quase 90%
dos impugnados são oposicionistas. Além disso, dos governistas listados, a maioria já não
pretendia apresentar candidatura ao pleito de novembro.
Entre os impugnados está
Leopoldo López, prefeito de
Chacao, o município mais rico
dos cinco que formam Caracas,
e nome em ascensão na oposição venezuelana. Desde 2000
no cargo, ele lidera as pesquisas
para governador da região metropolitana da capital e é a esperança dos oposicionistas para suceder Chávez em 2013.
Ao jornal venezuelano "El
Universal" López disse que a
decisão se deu por "medo" da
expressão da maioria e acusou
o presidente de ser o "autor intelectual" da medida. Ele ainda
afirmou que pretende "internacionalizar" a questão -o prazo para inscrição de candidaturas se encerra na terça.
No fim da tarde, cerca de mil
partidários de López enfrentaram a polícia no centro de Caracas, onde pretendiam fazer
uma marcha não autorizada.
O governo de Chávez disse
que considera uma "intromissão indevida" nos assuntos do
país a presença em Caracas da
deputada uruguaia Adriana Peña, membro do Parlamento do
Mercosul, que viajou para se informar do caso das impugnações.
Com agências internacionais
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