São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2003 |
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ARTIGOS Coragem traz esperança RUDOLPH GIULIANI
É difícil acreditar que dois
anos já se passaram desde os
ataques terroristas ao World Trade Center, ao Pentágono e nos
céus da Pensilvânia. O horror e a
tristeza estão tão fortes hoje quanto em 11 de setembro de 2001.
Nem um dia sequer passou desde
então em que eu não pensei nas
vítimas.
O presidente deixou claro que sua meta era a erradicação do terror global e que a responsabilidade pelos atos terroristas pertence não apenas àqueles que realizam e planejam os atentados, mas também aos financiadores e aos governos que tornam possíveis essas conspirações. Ademais, o presidente explicou repetidas vezes que o que ele propunha não era um contra-ataque rápido, mas um esforço prolongado. "Não vai terminar até que cada grupo terrorista de alcance global tenha sido encontrado, parado e derrotado", disse o presidente. "Nossa reação envolve muito mais do que retaliação instantânea e ataques isolados. A população americana não deve esperar assistir a uma batalha, mas a uma campanha prolongada que difere de qualquer outra que já vimos. Peço a paciência de todos vocês. A luta será longa." Um dos segredos do sucesso dos EUA é que nutrimos altas expectativas. Assim, é compreensível que, apesar desses avisos, alguns americanos venham se impacientando com o ritmo dos avanços. Na realidade, já foram feitos progressos muito grandes. Duas das mais graves ameaças mundiais à paz -Saddam Hussein, no Iraque, e o Taleban, no Afeganistão- não mais controlam os países nos quais semeavam o terror. Apesar dos obstáculos evidentes, o surgimento de um plano de paz entre Israel e os palestinos, patrocinado pelos EUA, vem gerando mais esperança do que era vista havia muito tempo naquela região problemática. A recusa incansável do presidente em negociar com terroristas levou ao surgimento do premiê Mahmoud Abbas [mais conhecido como Abu Mazen], a primeira liderança nova apresentada pelos palestinos em cerca de 30 anos. O "timing" da decisão tomada pela Líbia no mês passado de aceitar a responsabilidade pelo atentado contra o vôo 103 da PanAm em 1988 e contra um vôo da UTA sobre Níger em 1989 não pode, de maneira alguma, ser visto como pura coincidência. Criar um exemplo para outros interessados em desestabilizar a paz mundial e semear o terror entre inocentes foi uma meta inteiramente legítima e eficaz do esforço americano no Iraque. Quando uma democracia funcional surgir no Iraque, como creio profundamente que vá acontecer, também isso vai servir de exemplo para os países vizinhos quanto ao poder da liberdade. Outros países, incluindo a Indonésia, as Filipinas e a Arábia Saudita, vêm demonstrando, pela primeira vez, a disposição de reconhecer que têm terroristas em seu meio e estão tomando medidas para desmontar suas redes. Dois anos conseguiram apagar muito pouco da memória do pior ataque já lançado contra solo americano. Mas a coragem e o amor que os americanos manifestaram uns pelos outros naquele dia, além dos avanços que já fizemos no sentido de alcançar a nobre meta de erradicar o terrorismo no mundo, infundem essas memórias com um sentimento de objetivo e esperança. Rudolph Giuliani, 59, foi prefeito de Nova York Tradução de Clara Allain Texto Anterior: "Não sinto mais medo da morte", diz sobrevivente Próximo Texto: Império cria "franquias" Índice |
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