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Moscou e Caracas farão exercício no Caribe
Quatro navios e mil militares da Rússia participarão da operação conjunta, diz Marinha da Venezuela
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
A Venezuela e a Rússia realizarão exercícios navais conjuntos no mar do Caribe, entre 10
de 14 de novembro, para reforçar seus "laços de amizade e
cooperação", informou o diretor de Contrainteligência Estratégica do Estado Maior Naval venezuelano, Salvatore
Cammarata, ao jornal "Ultimas
Noticias". Segundo ele, participarão quatro navios e mil militares russos.
Cammarata ressaltou que será a primeira vez que os russos
farão exercícios do tipo na
América Latina e que uma comitiva militar russa de alto nível esteve recentemente na Venezuela para os preparativos.
Ao longo das últimas semanas, o presidente Hugo Chávez,
que apóia a Rússia no conflito
contra a Geórgia, vinha mencionando a possibilidade de receber navios militares russos.
"Não temos problema em receber a frota russa, e parece que
querem vir. Disse a [o premiê,
Vladimir] Putin e a[o presidente Dmitri] Medvedev que serão
bem-vindos", disse, no domingo passado, ao chamar a Rússia
de "aliada estratégica". Anunciou para breve a chegada de
um sistema de defesa antiaérea
adquirido de Moscou.
Até o fechamento desta edição, Washington não havia comentado o anúncio do exercício conjunto. Em 18 de agosto,
um dia depois de que Chávez
falara pela primeira vez do tema, a Casa Branca classificou a
presença russa no Caribe de
"curiosa". "Os russos e venezuelanos podem fazer toda a
cooperação que desejarem,
mas é curioso", disse o porta-voz Gordon Johndroe. "Não estou seguro de que a Venezuela
precise ou vá ganhar algo com
uma visita da frota russa."
A Rússia tornou-se o principal fornecedor bélico de Caracas após os EUA proibirem a
venda ao país de armas com
componentes americanos. Já a
relação Rússia-EUA está no seu
ponto mais baixo em 20 anos
por causa do conflito entre
Moscou e a ex-república soviética da Geórgia, hoje aliada
americana no Cáucaso.
Ontem, Medvedev voltou a
acusar os EUA de rearmarem a
Geórgia a pretexto de fornecer
ajuda humanitária. Ele se referia à chegada anteontem, ao
mar Negro, área de atuação de
importante frota russa, do navio americano USS Mount
Whitney, o principal da armada
dos EUA no Mediterrâneo.
"Eu me pergunto como se
sentiriam se enviássemos agora assistência humanitária ao
Caribe, que sofre com o furacão, usando a nossa Marinha",
disse Medvedev, sem mencionar o exercício na Venezuela.
"A Rússia é um país que tem de
ser levado em conta agora."
Com agências internacionais
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