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Cáucaso e Ásia Central são instáveis
DA REDAÇÃO
No antigo espaço soviético, o
Cáucaso e a Ásia Central são as
duas regiões mais conturbadas
geopoliticamente, sobretudo por
causa de sua posição geográfica.
"O Cáucaso fica perto do Irã e
do Iraque, dois locais instáveis.
Assim, sobressaltos têm efeitos
nefastos sobre o delicado equilíbrio geopolítico caucasiano", disse à Folha Asbed Kotchikian,
cientista político armênio.
"O mesmo vale para a Ásia Central, que é composta por seis ex-repúblicas soviéticas muçulmanas e vizinhas do Afeganistão.
Além disso, essa região é rica em
recursos naturais, atraindo o interesse do Ocidente, além do da
Rússia", acrescentou.
Com isso, a Rússia e o Ocidente,
sobretudo os EUA, buscam impor
sua influência na região desde a
década de 90. O fato de Moscou
considerar que as duas regiões
pertencem a seu "exterior próximo" (sua mais importante zona
de influência) só faz agravar esse
quadro de tensão geopolítica.
Embora tenha permitido certa
aproximação entre a Rússia e os
EUA, transformando os rebeldes
tchetchenos em "terroristas internacionais", como os integrantes
da rede Al Qaeda, o 11 de Setembro também permitiu que os EUA
intensificassem sua presença no
Cáucaso e na Ásia Central.
Esse fenômeno só se produziu
de modo relativamente tranquilo
porque Moscou permitiu sua
ocorrência. A médio e longo prazos, todavia, a presença americana nessas regiões será vista como
uma verdadeira ameaça aos interesses geopolíticos russos.
O problema é que, na década
passada, Moscou adotou sua doutrina do "exterior próximo", que
consiste em criar um cinturão de
segurança que lhe permita consolidar sua influência sobre as ex-repúblicas soviéticas.
Para tanto, foi assinado o pacto
de segurança de Tachkent (capital
do Uzbequistão), que engloba a
própria Rússia, o Cazaquistão, o
Tadjiquistão, o Turcomenistão, a
Armênia e Belarus. O Azerbaijão,
a Geórgia e o Uzbequistão abandonaram o acordo em 1999.
Outro fator de instabilidade no
Cáucaso é o separatismo tchetcheno. Afinal, na república meridional russa, rebeldes muçulmanos buscam, há uma década, criar
um Estado independente, batendo de frente com a determinação
russa de manter a todo custo sua
integridade territorial.
(MSM)
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