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Expansão do golfe simboliza a desigualdade
DE PEQUIM
Talvez nada sintetize tão bem
quanto o golfe a contradição
entre a história comunista chinesa e a adesão dos ricos a um
estilo de vida luxuoso.
Visto durante a Revolução
Cultural (1966-76) como símbolo do colonialismo britânico
e desperdício da escassa terra
agricultável da China, os campos de golfe se espalharam rapidamente após 1984, data da
abertura do primeiro clube depois da revolução de 1949.
A China tem hoje 176 campos
de golfe e sua versão de Tiger
Woods, Zhang Lianwei, que,
em 2003, disputou pela primeira vez torneiros internacionais.
A rápida proliferação dos
campos levou o governo a suspender a construção de novos
clubes, com o objetivo de preservar terra para a agricultura e
poupar água. Os clubes atuais
ocupam 3.700 hectares e há dezenas de outros em construção.
Só em Pequim, há 19 clubes
de golfe, alguns dos quais com
títulos a US$ 50 mil. O Beijing
Daxing Capital Golf Club é um
dos mais exclusivos de Pequim
e cobra US$ 40 mil por associação. Não-sócios podem jogar
-pagam US$ 97 por jogo.
Harry Guo, diretor de marketing do Beijing Daxing, diz que
o clube tem hoje 300 sócios,
mas pretende chegar a 800. Segundo ele, a paixão pelo golfe
foi trazida pelos estrangeiros e
por chineses que moravam no
exterior e voltaram a seu país
após a abertura econômica.
Até há pouco tempo, os chineses eram minoria nos campos locais, mas a relação hoje se
inverteu. A Associação de Golfe da China estima em 24 mil o
número de chineses entre os
praticantes de golfe, 58% do total de jogadores no país.
(CT)
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