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Decretos autorizam
prisões sem mandado
DA REDAÇÃO
As medidas de maior impacto
tomadas até agora pelo governo
colombiano com base no estado
de exceção foram a criação das
chamadas "zonas de reabilitação"
e a autorização para buscas e prisões sem mandado judicial.
As "zonas de reabilitação" são
áreas onde supostamente há presença mais intensa de grupos armados ilegais e nas quais a circulação é limitada (estrangeiros, por
exemplo, não têm acesso a elas) e
a presença militar é reforçada.
O último dos decretos baseados
no estado de comoção interna, no
dia 30 de setembro, aumentou as
penas para roubo e contrabando
de petróleo e derivados, crimes
cuja ocorrência vinha crescendo,
relacionada com a busca das
guerrilhas e dos grupos paramilitares por novas fontes de recursos
para financiar suas ações.
Para o analista político Alfredo
Rangel, ex-consultor do Ministério da Defesa, ainda é cedo para
um balanço sobre a ação do governo em seus três primeiros meses. "A situação de ordem pública
é muito complicada, não é realista
esperar grandes melhorias em um
espaço de tempo tão curto", diz.
Ele considera, porém, que a decretação do estado de exceção tenha sido benéfica. "Houve algumas vitórias, como capturas de
guerrilheiros e a recuperação da
segurança nas estradas, que talvez
não tivessem sido possíveis sem o
estado de exceção", afirma.
Otty Patiño, ex-guerrilheiro do
grupo M-19 e diretor da organização Observatório para a Paz, discorda. "Com uma situação como
a da Colômbia, com uma guerrilha tão articulada, um estado de
exceção não é muito o que soluciona a questão", diz.
Para ele, a tarefa essencial hoje
para o governo é "retomar o monopólio do combate à guerrilha",
já que hoje essa tarefa é desempenhada muitas vezes pelos grupos
paramilitares de direita. Esses
grupos, também ilegais, são acusados pela maioria dos casos de
massacre contra populações civis
em áreas rurais que supostamente apóiam a guerrilha.
(RW)
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