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Fracassos de Alfonsín e De la Rúa afundam a União Cívica Radical
DA REDAÇÃO
A União Cívica Radical (UCR),
o mais antigo partido político em
atividade na Argentina, está em
desgraça. Após dois presidentes
radicais terem renunciado ao cargo devido à crise econômica, o
partido passou a ser visto como
incapaz de governar.
A última vez que um radical
conseguiu terminar o mandato
foi na década de 20. Os dois últimos acabaram deixando o cargo e
o entregando a peronistas: Raúl
Alfonsín, em 1989, depois de a hiperinflação arrasar a Argentina, e
Fernando de la Rúa, no ano passado, após não ter conseguido tirar o país da recessão.
Nas eleições presidenciais deste
ano, as chances de êxito da UCR
são mínimas, de acordo com analistas ouvidos pela Folha.
"A UCR está acabada eleitoralmente. Não tem presença como
partido. Terá candidatos, mas
sem expressão", diz o analista político Ricardo Rouvier, que é diretor de um instituto de pesquisas.
Há dois candidatos principais
disputando a cabeça de chapa do
partido: o jornalista Rodolfo Terragno, que exerceu várias funções
no governo De la Rúa, e Angel Rosas, governador do Chaco que é
popular na sua Província.
Porém, mesmo com os dois tendo ficado relativamente ilesos
após a fracassada gestão de De la
Rúa, não terão um partido forte
nem tampouco uma coligação
importante, como em 1999.
Naquele ano, De la Rúa se lançou à Presidência simbolizando
uma mudança em relação aos dez
anos de menemismo. Político reputado, ex-senador e ex-prefeito
de Buenos Aires, De la Rúa tinha
ainda o apoio da Frepaso (centro-esquerda), partido que tinha figuras de forte expressão na ocasião.
Graciela Fernández Meijide,
que foi ministra de De la Rúa e era
extremamente popular em 1999,
naufragou em denúncias de corrupção e hoje está no ostracismo.
Carlos "Chacho" Alvarez, o carismático vice de De la Rúa, renunciou ao cargo e deixou a política.
E De la Rúa, que assumiu prometendo mudanças, renunciou
com desemprego em alta, aumento da pobreza e da violência e
câmbio fixo destroçado. Ficou
sem apoio, e a população o repudiou nos panelaços.
Descrentes sobre o radicalismo,
os simpatizantes do partido hoje
estão se dividindo entre dois candidatos de outras legendas, segundo a analista política Graciela
Rommer. "Os mais à direita irão
votar no ex-ministro da Economia Ricardo López Murphy, de
tendência liberal na economia. Os
mais à esquerda devem optar por
Elisa Carrió", afirma.
(GC)
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