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País tem plano de contingência que prevê uso de diesel
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil opera um plano de
contingência baseado no uso de
óleo diesel por usinas termelétricas para compensar o corte
no fornecimento de gás pela
Bolívia -que a Petrobras estimou em 3 milhões de metros
cúbicos diários, e o governo, em
5 milhões, dos 31 milhões que o
país recebe. O gás boliviano é
essencial em São Paulo, onde
responde por 75% do total.
Em Manaus, o ministro de
Minas e Energia, Edison Lobão, disse que as termelétricas
da Petrobras, da Eletrobrás e
algumas privadas vão usar óleo
diesel como combustível substituto até o restabelecimento
do fornecimento de gás da Bolívia nas quantidades originais.
"O governo [boliviano] tem
sido correto com o Brasil. Haverá um grande prejuízo à Bolívia e algumas dificuldades para
o Brasil no fornecimento de
gás", declarou o ministro.
Segundo a Petrobras, embora as medidas tenham custo
ambiental e econômico, elas
permitem preservar o fornecimento de gás natural para a indústria e para o consumo residencial. As medidas citadas por
Lobão estão no plano emergencial da estatal, montado em
2004 e em fase de atualização.
Ontem o fornecimento de
gás natural em São Paulo foi
normal e, segundo a Comgas,
seu suprimento por ora não seria alterado -são 14,5 milhões
de metros cúbicos distribuídos
diariamente. A Gás Natural São
Paulo Sul, que atua no Sul do
Estado, tampouco foi afetada.
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que estima o efeito do corte
em 1 milhão de metros cúbicos
diários dos 10 milhões que consome, lembra que sofreu redução semelhante no fim de 2007.
"Temos indústrias que têm
alternativas de combustível e
que podem migrar por pouco
tempo", disse o diretor do Departamento de Infra-estrutura,
Saturnino Sérgio da Silva. A indústria paulista também deve
lançar mão dos reservatórios
das hidrelétricas, que, cheios,
podem suprir a demanda e liberar gás natural, evitando cortes.
(KÁTIA BRASIL, ROBERTO MACHADO e AGNALDO BRITO)
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