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Brasil deve ser crítico com posição de Obama para AL, afirma teórico
Cornel West diz, porém, que brasileiros precisam ter "profundo medo" de McCain
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
Um dos principais intelectuais que apóiam a candidatura
de Barack Obama, o professor
de religião de Princeton Cornel
West afirma que o candidato
democrata tem sido menos
progressista do que deveria em
relação à política externa para a
América Latina. West é um dos
principais estudiosos da cultura negra e esteve no Rio para
participar do seminário "Instituições para inovação".
"Os brasileiros devem ser
cautelosos e críticos quanto ao
meu irmão Barack Obama, mas
devem ter um profundo medo
em relação ao perigoso John
McCain [candidato republicano]." Para West, McCain representa a volta do neoliberalismo
em sua expressão mais forte.
Para o acadêmico, o fato de
Obama ter se mostrado mais
cauteloso em suas declarações
está relacionado à estratégia
para vencer a eleição. "Precisamos fazer pressão em Obama
porque ele não tem sido tão
progressista quanto deveria em
termos de política americana
relacionada à América Latina."
West estima que Obama deve
vencer a eleição com uma margem pequena de votos. Para ele,
os EUA estão vivendo um "lento derretimento da camada de
gelo que envolvia a política" e
superando um período em que
era moda ser indiferente ao sofrimento dos mais vulneráveis.
Ele classificou a estratégia
adotada por McCain de relacionar Obama com celebridades
como Britney Spears e Paris
Hilton como um sinal de desespero do candidato. "Vai ficar
ainda pior", afirmou, sobre o
nível da campanha até a eleição. "É por conta destas coisas
que o resultado da eleição será
apertado." Em compensação,
afirmou que uma fatia cada vez
mais expressiva do eleitorado
relaciona McCain à política do
atual presidente, George W.
Bush, o que favorece Obama.
O acadêmico afirma que a
questão racial tem um papel
importante na dificuldade do
candidato democrata deslanchar nas pesquisas. "A América
tem um legado feio de supremacia branca. Isso não pode ser
desprezado, mas Obama está
lutando contra isso", disse.
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