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Terceiro mandato de Uribe recebe apoio de 5 milhões
Partido governista apresenta abaixo-assinado pró-referendo que permita reeleição
Número de firmas coletadas é muito superior ao mínimo de 1,4 milhão estabelecido por lei colombiana; próxima fase é debate no Congresso
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
O Partido Social da Unidade
Nacional (Partido de la U), da
base de apoio de Álvaro Uribe,
entregou ontem às autoridades
eleitorais mais de 5 milhões de
assinaturas solicitando a convocação de um referendo para
autorizar que o presidente colombiano possa concorrer a um
terceiro mandato.
O secretário-geral do partido, Luis Guillermo Giraldo, disse a jornalistas em Bogotá que
"sonha acordado com uma Colômbia em 2014, quando o presidente Uribe entregar a Presidência com nenhuma guerrilha
e nenhum paramilitar".
O total de 5.021.873 assinaturas, distribuídas em 3.000 planilhas e levadas em três caminhões blindados, supera largamente o 1,4 milhão de firmas
exigido pela legislação colombiana (5% do eleitorado do
país). Agora, o Registro Nacional do Estado Civil (RNEC)
tem 30 dias para certificar ou
não as assinaturas.
Caso haja a validação, o próximo passo será apresentar o
projeto formalmente no Congresso, onde o tema do terceiro
mandato não é consenso na base governista, que tem uma
confortável maioria.
"Uma vez que as assinaturas
sejam reconhecidas, os partidos se reunirão. Já há um anúncio do partido [governista]
Cambio Radical em favor, mas
até agora o tema é a validação
das firmas", disse à Folha o senador do Partido de La U, Carlos García, ao ser questionado
sobre a divisão interna.
Caso seja aprovada pelo Congresso, a nova legislação precisará também do crivo da Corte
Constitucional. Após isso, o governo tem oito dias para convocar o referendo, que precisa
ser realizado em até três meses.
O Partido de La U estima que,
se tudo ocorrer dentro do previsto, a consulta será em meados do ano que vem.
Em seu primeiro mandato
(2002-2006), Uribe conseguiu
no Congresso a aprovação de
uma emenda constitucional
que lhe permitiu concorrer à
reeleição, num processo que
hoje está sob investigação após
a condenação de uma ex-parlamentar que admitiu ter vendido o seu voto.
Em razão de sua política de
segurança, que diminuiu os índices de violência nos grandes
centros urbanos e impôs várias
derrotas às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Uribe mantém um índice
de aprovação superior a 80%,
segundo pesquisas de opinião.
Seu mandato atual vai até 2010.
A oposição e até mesmo setores do uribismo têm criticado a
possibilidade de um terceiro
mandato. Já Uribe não descarta abertamente a possibilidade.
Questionado sobre a posição
do presidente, o senador García disse que "isso tem que ser
perguntado a ele".
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