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AMÉRICA LATINA
Artefato causa estragos, mas não faz vítimas
Bomba explode em escritório usado em negociação de paz na Venezuela
DA REDAÇÃO
Uma bomba explodiu na madrugada de ontem em Caracas no
local utilizado pelo governo e pela
oposição para negociar uma saída
pacífica para a crise política. A
bomba só causou danos materiais, sem deixar vítimas, informou a polícia venezuelana.
Um homem colombiano foi detido por suspeitas da polícia de
que tenha tido participação na explosão, que ocorreu menos de 24
horas depois do anúncio de um
acordo entre governo e oposição
para submeter o mandato do presidente Hugo Chávez a um referendo popular, a partir de agosto.
Carlos Medina, da Polícia Científica, afirmou à imprensa que o
artefato apenas "provocou destroços na fachada do edifício em
que funciona a Mesa de Negociação e Acordos", na praça Venezuela, no norte de Caracas.
"Esperamos encontrar essas
pessoas que querem causar traumas ou terror na sociedade venezuelana", afirmou Medina, que
não descartou a possibilidade de
o explosivo utilizado ser do tipo
C-4, o mesmo empregado nas
bombas que explodiram nas embaixadas da Colômbia e da Espanha em 25 de fevereiro passado.
Medina diz presumir que que os
autores sejam "os mesmos setores frustrados" que há exatamente um ano tentaram dar um golpe
de Estado contra o governo do
presidente Hugo Chávez, que
chegou a ficar afastado do poder
por 47 horas.
A Mesa de Negociação e Acordos fixou para depois da Semana
Santa a assinatura do acordo eleitoral, que deverá contar com a
presença de Cesar Gaviria, secretário-geral da OEA (Organização
dos Estados Americanos) e de
Jimmy Carter, ex-presidente dos
Estados Unidos e diretor do Centro Carter, organização que também está envolvida nas negociações para a paz na Venezuela.
A área da explosão foi isolada
pela Polícia Científica, que desde
a madrugada de ontem faz um
trabalho de coleta de provas. "Vamos até as últimas consequências
desta investigação", afirmou Medina.
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