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QUEM É QUEM
Os ideólogos do neoconservadorismo
DO "LE MONDE"
Leia a seguir quem são os
principais nomes da corrente
neoconservadora americana.
GARY BAUER
Presidente do American Values
(valores americanos), grupo do qual
fazem parte diversas igrejas protestantes, foi um dos assessores de Ronald Reagan nos anos 80. Batista de
56 anos, Bauer assumiu a direção de
um dos mais poderosos lobbies
americanos, a Campaign for Working Families (campanha para as famílias trabalhadoras), que defende
medidas legislativas de assistência
às famílias e que fornece apoio financeiro a candidatos conservadores nas campanhas eleitorais.
Presidiu o Family Research Council
(conselho de pesquisas familiares),
instituto de Washington especializado em políticas sociais e educação. Foi pré-candidato presidencial
republicano durante alguns meses
em 2000. Gary Bauer faz campanha
contra o aborto e em favor da defesa do casamento diante das ""tentativas de redefinição" que, para ele,
põem essa instituição em risco.
IRVING KRISTOL
Ainda ativo aos 82 anos, está entre os organizadores do American
Enterprise Institute (instituto americano do empreendimento), um
dos principais institutos neoconservadores de Washington, e costuma
ser visto como o ""padrinho" do
neoconservadorismo. ""Existe um
gene "neo'?", pergunta-se no início
de um texto intitulado ""Uma memória autobiográfica", explicando
que sempre foi acompanhado por
esse prefixo, durante sua vida política: neomarxista, neotrotskista,
neo-socialista, neoliberal e, finalmente, neoconservador. Pai do jornalista William Kristol, diretor de
Redação do semanário ""The Weekly
Standard", Irving Kristol foi um dos
primeiros intelectuais de esquerda
a romper com os dogmas ditos progressistas no final dos anos 60. Professor da Universidade de Nova
York, se interessa especialmente
por questões ligadas à educação e à
política social.
RICHARD PERLE
Presidente do Defense Policy
Board, organismo consultivo do Departamento da Defesa, Richard Perle, 61, foi descrito por Robert Novak
-jornalista que, não obstante, trata os neoconservadores com cuidado- como ""herói da Guerra Fria".
Subsecretário da Defesa entre 1981
e 1987, encarregado da política de
segurança internacional, foi um dos
principais inspiradores da política
de Reagan com relação à URSS.
Ele estreou entre os colaboradores
de uma grande figura do Partido
Democrata, Henry Jackson. Próximo do Likud israelense, Perle se distingue de muitos neoconservadores por seu apego à França, onde
possui uma casa e passa suas férias.
Ouvido pelo secretário da Defesa,
Donald Rumsfeld, ele acha que a
derrubada de Saddam Hussein pode desbloquear a situação no Oriente Médio.
LYNN CHENEY
Historiadora e ensaísta, mulher
do vice-presidente Dick Cheney,
Lynn Cheney, 61, é uma das personalidades menos convencionais da
galáxia neoconservadora. Especialista em questões ligadas à educação, presidiu, entre 1986 e 1993, a
Fundação Nacional de Ciências Humanas, organismo privado que financia pesquisas pedagógicas.
Publicou trabalhos sobre a história
americana, mas também textos em
tom semi-sério falando dos efeitos
do ar-condicionado e dos aparelhos
de fotocópias sobre a vida política
em Washington.
Membro sênior do American Enterprise Institute, ela já apresentou
programas especiais de rádio e televisão. O tema principal de suas pesquisas e seus artigos é hoje o ensino
da história e a transmissão da memória como condição de existência
de uma consciência nacional.
DAVID BROOKS
É o inventor dos ""bobos", ou burgueses boêmios -""ricos, cultos e
de esquerda"- que retratou no livro "Bobos in Paradise". Ex-jornalista do ""Wall Street Journal", hoje um
dos responsáveis pelo ""Weekly
Standard", Brooks, de 40 e poucos
anos, se formou na Universidade de
Chicago. Seus pontos de vista são
publicados também no ""New York
Times", e ele é um dos colaboradores regulares da TV pública PBS.
Brooks gosta de exemplificar a tendência bem-humorada dos neoconservadores, mais divertido do
que indignado com as contorções
morais da "esquerda caviar".
Seu livro exprime, ao mesmo tempo, uma convicção amplamente
compartilhada por essa corrente: as
elites de esquerda não fazem nada
para mudar uma ordem social que
afirmam querer combater, mas da
qual se beneficiam.
Tradução de Clara Allain
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