São Paulo, domingo, 14 de julho de 2002

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Radicais atingem público global com jogos on-line

DA REDAÇÃO

Os videogames estão se tornando uma arma comum aos grupos que utilizam a internet como principal meio para atrair simpatizantes.
Jogos feitos de forma caseira por programadores talentosos e sem dinheiro são uma experiência pioneira do uso dos games como propaganda capaz de atingir um público global.
Os americanos desenvolveram após 11 de setembro joguinhos de combate ao terrorismo. Satirizam Osama bin Laden e a Al Qaeda e dão aos internautas dos EUA o prazer virtual da vingança contra os autores do maior ataque a território americano da história. O site www.newgrounds.com já se tornou uma referência no assunto, oferecendo games que permitem aos jogadores "maltratar" árabes e afegãos.
Em War on Terrorism I, uma das fases traz um Bin Laden incapaz de se defender, apenas à espera de levar socos até cair nocauteado. Em outro jogo, o Al Qaedamon, você ganha um prisioneiro terrorista de presente, e deve cuidá-lo -ou não- como um bichinho de estimação, ao estilo dos Tamagochis japoneses.
A criatividade dos programadores não costuma respeitar a barreira do politicamente correto. Há games de propaganda nazista e até um que coloca o jogador no papel de um suicida palestino. Sua missão é matar o maior número possível de velhos, crianças e mulheres.
Embora pouco eficaz para as suas causas, jogos radicais se espalham com rapidez: um usuário recebe por email um "link" para o game. Chocado com o conteúdo, geralmente encaminha o email a amigos, que farão o mesmo.
Seja por causas nobres ou nefastas, fato é que o mercado de games jogados on-line é um dos principais filões abertos a militantes que, dificilmente, serão capazes de convencer a grande indústria a falar sobre o seu tema.
E é um mercado em rápida expansão. O aumento das receitas com jogos on-line e de TV interativa é espantoso. De US$ 174 milhões arrecadados nos EUA e na Europa em 2001, deve atingir US$ 5,6 bilhões em 2005. (MS)


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