|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Opositores aceitam retomar diálogo com Morales na Bolívia
Depois de meses sem negociações diretas, governadores da meia-lua participaram ontem de encontro com o presidente
Contra previsões, referendo confirma governista em Oruro, aumentando vitória de Morales, que não perdeu nenhum aliado em votação
DA REDAÇÃO
Os governadores de oposição
se reuniram ontem com o presidente Evo Morales em La Paz
para tentar compatibilizar a
nova Constituição -aprovada
pelos governistas, mas pendente de ratificação por referendo- e os estatutos autonômicos de Santa Cruz, Pando, Beni
e Tarija, departamentos da
próspera meia-lua boliviana. A
decisão enfraquece a linha dura
adotada pelo governador de
Santa Cruz e principal líder
opositor, Rubén Costas, no embate com Morales.
O referendo revogatório de
domingo reafirmou a autoridade do governo sobre o território
nacional. Com 94% da apuração concluída e participação
popular de 83%, Morales vencia em 7 dos 9 departamentos e
tinha 67,6% de aprovação, 14
pontos acima dos 53,7% que o
elegeram presidente em 2005.
A vitória, porém, não soluciona
o impasse com os governadores
autonomistas, que também
mantiveram os cargos.
Antes de encontrar Morales,
os oposicionistas haviam se
reunido em Santa Cruz. De lá,
partiram para La Paz Leopoldo
Fernández (Pando), Mario
Cossío (Tarija), Ernesto Suárez
(Beni) e Savina Cuéllar (Chuquisaca), recém-eleita cujo
mandato não foi objeto do referendo. Os quatro e os govenistas Mario Virreira (Potosí) e Alberto Aguillar (Oruro) estavam
reunidos com Morales no fechamento desta edição.
Costas, o principal líder da
oposição, alegou motivos de
saúde para faltar à reunião, mas
enviou representantes. Desde o
fracaso, em janeiro, das mais
recentes negociações com La
Paz, os autonomistas se negavam a dialogar com o governo.
Derrotados
Os opositores derrotados,
José Luis Paredes (La Paz) e
Manfred Reyes Villa (Cochabamba), deixaram os cargos, e
os departamentos devem ter
governo provisório indicado
por Morales até que ocorram
novas eleições. Reyes Villa é
acusado pelo vice-ministro da
Justiça, Wilfredo Chávez, de
pretender usar a viagem à sede
da OEA (Organização de Estados Americanos), nos EUA, para "escapar [do país]". Reyes diz
ter deixado a cargo "por vontade própria para pacificar a região" e não ter razão para fugir.
Paredes e Reyes Villa foram
os únicos a perder os cargos. O
governista Aguillar, ao contrário do que indicavam as projeções iniciais, foi referendado
em Oruro, em mais uma vitória
para Morales, que não perdeu
nenhum aliado após o pleito.
A votação boliviana, na qual a
OEA apontara irregularidades,
foi endossada ontem pela Unasul (União de Nações Sul-Americanas). O referendo foi "uma
grande demonstração de espírito cívico e democrático", segundo o chileno Ignacio Walker, chefe da missão da Unasul.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Líbano e Síria firmam relação diplomática Próximo Texto: Depois de embaixada, Itaú é alvo de bomba no Chile Índice
|