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Costumes tribais contrariam rigidez islâmica para mulheres
DO ENVIADO ESPECIAL A ABUJA
Controlar a mulher nigeriana
pelos padrões da sharia e dos muçulmanos mais rígidos é uma tarefa das mais complicadas.
Costumes tribais e uma forma
de se produzir bem diferente da
das mulheres em parte do mundo
árabe fazem das nigerianas um
caso bastante atípico.
Em Abuja, capital do país e já
bem perto dos Estados do norte,
as muçulmanas usam roupas coloridas, a maioria das vezes com a
cabeça, braços e partes das pernas
à mostra.
Nos dois hotéis de padrão internacional da capital, lojas vendem
trajes desse tipo, que chegam a valer até US$ 500.
As mulheres muçulmanas falam alto e algumas até brigam em
público com os acompanhantes
masculinos, o que seria inimaginável, por exemplo, na Arábia
Saudita, o berço da religião.
Iniciação sexual
Nas tribos do interior, o complicado para os defensores da sharia
é a precoce iniciação sexual das
mulheres.
Amina Lawal, por exemplo, já
era casada aos 13 anos. Quase
uma centena de adolescentes já
foi julgada pela sharia por ter praticado sexo antes do casamento.
Relações sexuais sem proteção,
aliás, são um dos grandes dramas
nigerianos.
O país tem uma das mais altas
taxas de incidência de infectados
com o HIV, vírus que causa Aids,
no planeta. Estimativas mostram
que, no total, aproximadamente 5
milhões de nigerianos estão contaminados.
Estudos apontam que nos Estados do norte, onde o trabalho de
prevenção, segundo especialistas,
é dificultado pela linha dura da religião islâmica, a incidência de
Aids entre os adultos, em alguns
casos, chega a 10% da população
local, contra 5% da média geral do país. (PC)
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