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Esquerda latino-americana vê no
presidente defesa contra os EUA
DA REDAÇÃO
Líderes políticos e organizações
civis de esquerda de países latino-americanos manifestaram apoio
ao presidente venezuelano, Hugo
Chávez, e confiança na sua vitória
no plebiscito que define hoje sua
permanência no poder.
"Não tenho a mais remota dúvida sobre a vitória de Chávez", afirmou o ditador cubano, Fidel Castro - que chegou a brincar que
mudaria a data de comemoração
de seu aniversário, na última sexta-feira, para hoje, para coincidir
com o plebiscito. "[A data de hoje] se soma à história do hemisfério, em condições muito difíceis, e
pode influir decisivamente no
destino da América Latina", disse.
Em muitos casos, no entanto, o
apoio a Chávez se confunde com
uma mal -ou nada- disfarçada
rejeição aos EUA. Para os esquerdistas latino-americanos, contra o
"grande irmão do Norte" vale até
esquecer divergências políticas.
"Para além das diferenças que
tenhamos com Chávez, estamos
juntos com o povo venezuelano
contra o imperialismo norte-americano", disse um orador do
Movimento Socialista de Trabalhadores da Argentina numa manifestação ao lado de grupos piqueteiros, anteontem, em frente
ao Congresso do país.
Tom semelhante foi adotado no
Brasil pelo MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra), que entregou um manifesto
de solidariedade a Chávez, anteontem, ao cônsul venezuelano
Mario Gugliemi, no Rio. Segundo
o documento, o presidente da Venezuela "optou pela soberania de
seu povo" e, por isso, é "vítima"
de uma campanha dos EUA e "de
uma elite opositora" que "não tolera que afetem seus interesses.
"[No plebiscito] será decidida a
dignidade dos povos latino-americanos" e não apenas a permanência de Chávez, disse José Luis
Patrola, da secretaria nacional do
MST. Para ele, quem quer a saída
de Chávez quer que a Venezuela
"volte a ser uma colônia americana presa ao modelo neoliberal".
Ontem, um grupo organizado
pelo MST e pela CPT (Comissão
Pastoral da Terra) esteve em frente à Embaixada da Venezuela, em
Brasília. A manifestação de apoio
a Chávez reuniu cerca de 150 pessoas, segundo a polícia.
Os sem-terra foram recebidos,
na portaria da embaixada, pelo
embaixador Julio José Garcia
Montoya, que agradeceu e disse
que "as lutas conjuntas do povo
brasileiro e do povo venezuelano
ajudará no fortalecimento das democracias" dos dois países.
Com agências internacionais e a Sucursal de Brasília
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