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IRAQUE
Blix quer entrevistar técnicos
ONU exige de Bagdá nomes de cientistas
DA REDAÇÃO
As Nações Unidas aumentaram
ontem a pressão sobre o Iraque
para que o país apresente a lista
dos cientistas ligados aos programas de armas. Pouco após a ONU
e o governo dos EUA terem levantado dúvidas em relação a certos
pontos da declaração do Iraque
sobre seus programas militares,
surgiu a informação de que o chefe dos inspetores de armas, o sueco Hans Blix, exigiu que Bagdá lhe
forneça a lista completa dos pesquisadores que participaram de
projetos de desenvolvimento de
armas de destruição em massa.
"Blix escreveu para o embaixador do Iraque nas Nações Unidas,
Mohammed al Duri, na quinta-feira, para pedir uma lista dos
cientistas iraquianos ligados aos
programas relativos a armas de
destruição em massa", disse o
porta-voz dos inspetores em Bagdá, Hiro Ueki. Em Nova York, o
porta-voz de Blix, Ewen Buchanan, declarou à imprensa que os
iraquianos têm duas semanas para entregar a lista.
A resolução 1441 do Conselho
de Segurança concede aos inspetores da ONU o direito de interrogar cientistas no Iraque ou mesmo de levá-los ao exterior para
que possam ser ouvidos.
Anteontem, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed El Baradei, afirmou em Viena que os inspetores não hesitariam em convocar os cientistas iraquianos para entrevistas fora do país. Os
EUA também já haviam afirmado
que consideram necessária a saída de alguns pesquisadores do
país para que se sintam seguros e
possam falar livremente sobre os
programas de armas.
El Baradei também afirmou que
a AIEA ainda precisará de alguns
meses para chegar a uma conclusão sobre a declaração de armas
apresentada pelo Iraque.
Funcionários da ONU e do governo dos EUA disseram anteontem que uma análise preliminar
das 12 mil páginas enviadas pelo
Iraque há uma semana não relata
todos os dados de seus programas
de armas, ficando aquém do exigido pelo Conselho de Segurança.
Ontem, inspetores voltaram ao
centro de doenças infecciosas onde já haviam estado para reexaminar salas que haviam selado na
véspera. Um outro grupo voltou
ao principal centro nuclear iraquiano, onde cerca de duas toneladas de urânio fracamente enriquecido estão estocadas.
Funcionários do governo iraquiano também afirmaram que
inspetores visitaram um centro
de preparação de mísseis Scud
que, antes da Guerra do Golfo
(1991), era usado para fabricar
componentes de ogivas químicas.
O vice-premiê iraquiano, Tareq
Aziz, afirmou, em Bagdá, que os
EUA e Israel querem destruir os
muçulmanos. "O imperialismo,
representado pelo centro do mal,
a América e seu aliado sionista,
estão preparando uma agressão
que terá como alvo a existência da
comunidade islâmica e o seu futuro", disse Aziz, trajando um uniforme militar. "Os objetivos imediatos são o Iraque e a Palestina,
mas o objetivo final é toda a comunidade islâmica", completou.
Seminário
Cerca de 350 representantes da
oposição iraquiana iniciaram ontem em Londres um seminário
sobre o futuro do Iraque "depois
de Saddam Hussein".
Depois da leitura de versículos
do Corão, o livro sagrado do islamismo, Hochiar Zabari, líder de
um dos grupos de oposição, pediu um minuto de silêncio "pela
liberdade no Iraque e no mundo".
A organização do encontro não
foi fácil, pois rivalidades entre os
diversos grupos levaram a sucessivos adiamentos.
Com agências internacionais
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