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SAIBA MAIS
Escândalo atinge vários países além dos EUA
DA REDAÇÃO
Ao menos 330 dos cerca de
45 mil padres dos EUA foram
afastados ou renunciaram neste ano por causa de acusações
de abusos sexuais. Vítimas de
abusos afirmam que o número
de envolvidos com pedofilia é
bem maior; estimam em entre
4% e 8% dos padres norte-americanos. A igreja afirma
que o número é muito menor,
embora não forneça detalhes.
A igreja norte-americana enfrenta centenas de processos,
que podem resultar em indenizações de mais de US$ 100 milhões. Mais de US$ 10 milhões
já foram pagos a vítimas.
A Arquidiocese de Boston está no epicentro do escândalo e
considera a possibilidade de
pedir falência. Anteontem,
Bernard Law renunciou ao
posto de arcebispo de Boston,
embora permaneça como cardeal, após meses de acusações
de negligência e de apenas
transferir de paróquia padres
acusados de abusos sexuais.
Law era um dos religiosos
mais influentes dos EUA, amigo pessoal da família Bush e
principal assessor do papa João
Paulo 2º no país, sobretudo por
causa de suas posições conservadoras. Ele é totalmente contra o fim da obrigatoriedade do
celibato clerical, a ordenação
feminina e o casamento entre
homossexuais.
O papa relutou em aprovar a
renúncia, que precisa de seu
aval, mas a pressão era cada vez
maior. Na semana passada, 58
padres de Boston firmaram
uma carta pedindo a renúncia
de Law porque o consideravam
incapaz de "exercer a liderança
espiritual demandada pela
igreja". "É o mais perto de uma
revolta que os padres podem
chegar", disse Stephen Pope,
do Departamento de Teologia
da Faculdade de Boston.
O escândalo não se restringe
aos EUA. Atingiu países como
Canadá, Alemanha, França,
México, Polônia e Brasil e já é
um dos maiores problemas enfrentados pelo papa no final de
seu pontificado. Num de seus
poucos comentários, João Paulo 2º, 82, afirmou: "Deus está silencioso. Ele não aparece mais
e parece ter se fechado lá no alto do céu, como que enojado
das ações humanas".
(PDF)
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