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Brasil mandou
soldados para
várias missões
DA REPORTAGEM LOCAL
Observadores e assessores
militares brasileiros das três
forças têm participado de
praticamente todas as missões de paz recentes da
ONU. Mas contingentes militares maiores foram enviados em apenas alguns casos
seletos -notadamente, por
motivos até históricos, as
missões nas ex-colônias portuguesas.
A primeira grande missão
de paz envolveu o batalhão
Suez, que, durante uma década (1957-67), participou
do patrulhamento da fronteira entre Egito e Israel. A
missão terminou quando os
israelenses atacaram seus vizinhos árabes na Guerra dos
Seis Dias. Passaram pelo batalhão 6.500 militares, entre
os quais um que o Exército
considera um traidor, o capitão Carlos Lamarca, que
virou terrorista de esquerda.
Mais polêmica foi a participação de outro batalhão de
infantaria na força de paz na
República Dominicana (Faibras), em 1965 e 1966. A esquerda acusou o governo
(então no início do regime
militar) de ser conivente
com a intervenção americana nesse país do Caribe. Ecos
dessa crítica ainda existem
hoje em relação à missão no
Haiti entre militantes de esquerda, mesmo no PT.
Já as missões nas ex-colônias lusas não tiveram contestações e foram bem-sucedidas. Os brasileiros deixaram boa impressão em Angola durante a missão Unavem 3, de 1995 a 1997 -apesar de a paz ali só ter sido
concluída depois da recente
morte do líder guerrilheiro
Jonas Savimbi.
A força foi a maior até hoje, constituída por um batalhão de infantaria (como
agora, com a participação de
uma companhia de fuzileiros navais), reforçado por
uma companhia de engenharia. Passaram pela missão 4.200 militares.
A missão em Moçambique
em 1994 foi bem menor
-uma companhia de infantaria, 170 militares. Mas a
paz ali foi imediata.
Na última ex-colônia portuguesa a ter conflito e missão da ONU, Timor Leste, a
participação brasileira ainda
permanece, e foi até aumentada agora (de 67 para 125
militares). Desde 1999, havia
um pelotão de Polícia do
Exército ali, que neste mês
foi dobrado; 574 militares
brasileiros já passaram pelo
mais novo país do planeta.
Outros países participaram com mais tropas da
missão em Timor -foi o caso da Austrália, que liderou a
intervenção, de Portugal e de
vários países asiáticos. O governo Fernando Henrique
Cardoso (1995-2002) foi criticado por ter enviado uma
força bem menor do que seria de esperar para um país
com história em comum.
A missão entre Equador e
Peru, de 1995 e 1999, teve a
participação de 191 militares.
Outros locais em que militares brasileiros atuaram foram Nova Guiné Ocidental
(1962); Índia e Paquistão
(1965-1966); América Central (1990-1992); El Salvador
(1991-1995); Uganda e Ruanda (1993 e 1994); ex-Iugoslávia (1992-1995); Guatemala
(1994-2000); Angola de novo
(só com observadores e
equipe médica, 1997-1998);
Croácia (1996-2002).
Hoje existem militares
brasileiros em Chipre (junto
ao batalhão de infantaria argentino), na Costa do Marfim, em Guiné-Bissau e na
missão de remoção de minas
na Nicarágua, em Honduras,
na Guatemala e na Costa Rica.
(RBN)
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