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China critica o indiciamento de líder sudanês por tribunal de Haia
Pequim não descarta bloquear na ONU eventual ordem de prisão por genocídio a Bashir em ato em Cartum
DA REDAÇÃO
Um dia depois do indiciamento pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) do presidente do Sudão, Omar Hassan al
Bashir, por genocídio em Darfur, a China, maior fornecedor
de armas do governo sudanês,
expressou "séria preocupação"
com o processo. Pequim não
descartou bloquear um eventual pedido de prisão no Conselho de Segurança da ONU.
Após momentâneo silêncio, a
China concordou com o Sudão
ontem sobre o risco de o indiciamento abalar as negociações
de paz e a estabilidade no país
africano. "As ações do TPI devem ser benéficas à estabilidade da região de Darfur [oeste do
Sudão] e à resolução apropriada da questão, e não o contrário", disse o porta-voz da Chancelaria chinesa, Liu Jianchao.
Bashir é o primeiro presidente em exercício formalmente
acusado pelo tribunal e teve
mandado de prisão solicitado
pelo procurador, Luis Moreno-Ocampo. A decisão deve sair
em cerca de três meses.
O governo sudanês aposta no
apoio de Pequim contra o processo. A China é também o
principal investidor na indústria petrolífera sudanesa.
Nem a China nem o Sudão,
como os EUA e outros países,
são signatários do TPI. O processo chegou ao tribunal por
decisão do Conselho de Segurança da ONU, na qual Pequim
e EUA se abstiveram.
Organismos internacionais,
inclusive a ONU, temem retaliações contra serviços assistentes humanitários e tropas
de paz. A ONU ontem pediu a
seus funcionários em Cartum
que permanecessem em suas
casas, enquanto milhares de
sudaneses protestavam contra
o indiciamento com slogans de
"Ocampo é um criminoso".
Bashir foi acusado na segunda-feira de genocídio por planejar e implementar uma campanha violenta contra grupos
Fur, Masalit e Zaghawa por
motivos étnicos. Membros desses grupos, influentes em Darfur, organizaram em 2003 uma
insurgência contra o governo
em Cartum, o qual acusam de
marginalizar a Província em favor de árabes de outras regiões.
Ele também foi acusado de
crimes contra a humanidade
(incluindo assassinato, extermínio, deslocamento forçado,
tortura e estupro) e crimes de
guerra. O procurador diz que as
Forças Armadas sudanesas e
milícias árabes armadas por
elas são diretamente responsáveis pela morte de 35 mil pessoas e pela fuga de 2,5 milhões.
Com agências internacionais
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