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Manifestantes libertam 60 policiais detidos no Peru
Movimento pede participação em lucro de mineradora
DA REDAÇÃO
Moradores da região mineradora de Moquegua, no sul do
Peru, libertaram ontem os 60
policiais que mantinham detidos desde a véspera. Doze policiais feridos foram os primeiros
a ser soltos, ao meio-dia. Depois, saíram os outros.
Os policiais ficaram mais de
24h detidos por milhares de
manifestantes que há uma semana bloqueiam rodovias da
região, incluindo a Panamericana -principal rota entre Peru e Chile. Os manifestantes
exigem maior participação nos
lucros da Southern Peru Copper Corporation, de capital majoritariamente mexicano, que
explora cobre na área.
Os policiais feridos foram retirados da igreja de Santo Domingo, em Moquegua, e transportados em ambulâncias até
um hospital próximo. Enviados
pelo governo para desbloquear
a Panamericana, na véspera
eles haviam lançado gás lacrimogêneo contra os manifestantes, que revidaram com
paus e pedras e acabaram os tomando como reféns.
A Igreja Católica e a Defensoria Pública intervieram para a
libertação dos feridos. "Conseguimos que fossem retirados
primeiro 12 policiais, que apresentavam muitos ferimentos",
afirmou o representante da Defensoria, Hernán Cuba. A Defensoria informara anteontem
que os cativos somavam 65,
mas nova contagem oficial
mostrou que o total era de 60.
O governador de Moquegua,
Jaime Rodríguez, disse que a situação é crítica. "As coisas fugiram das mãos dos dirigentes."
A paralisação da Panamericana já gera desabastecimento
de alimentos e combustíveis na
região e no vizinho departamento (Estado) de Tacna. Em
Moquegua, todo o comércio está de portas fechadas e os colégios suspenderam as aulas, sem
previsão de retorno.
Em Lima, o primeiro-ministro Jorge del Castillo havia exigido a libertação dos policiais
para iniciar o diálogo com os
manifestantes: "Não podemos
negociar com uma arma na cabeça". A mineração é a principal fonte legal de divisas do Peru.
Com agências internacionais.
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