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"Acreditamos em punição", diz pai de vítima
DE BUENOS AIRES
O 18 de julho de 1994, uma
quinta-feira, seria um dia comum para a estudante de direito Paula Sara, então com
21 anos. Mas, a pedido dos
pais, ela acompanhou a mãe,
a contadora Ana Maria
Szyczewsky, ao trabalho para ajudá-la em uma pesquisa. Ana trabalhava na Amia.
Chegaram às 8h30 ao segundo andar do edifício da
rua Pasteur, 633, no centro
de Buenos Aires, e se instalaram na parte de trás do prédio. Ali estava a maior parte
das pessoas que se salvaram.
Mas Paula desceu para
buscar um café às 9h50, e, às
9h53, uma caminhonete carregada de explosivos subiu
na calçada e avançou até o
prédio. Ela e mais 84 pessoas
morreram.
"Era a primeira vez que
Paula ia à Amia", diz seu pai,
Luis Szyczewsky, hoje representante das famílias das vítimas do maior atentado terrorista da Argentina. Mesmo criticando a omissão do
poder público, Szyczewsky
diz ter esperanças. "Vai custar muito trabalho, mas, se
não acreditássemos nisso,
não estaríamos engajados."
O atentado que expôs a
fragilidade das instituições
argentinas criou uma instituição forte. Há dez anos, no
dia 18 de cada mês, parentes
das vítimas se reúnem em silêncio na porta da Amia. Hoje haverá um novo protesto
contra a impunidade.
(CD)
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