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EUA não devem explorar óleo, dizem vizinhos
DA REUTERS, EM RIAD
Representantes dos países
vizinhos ao Iraque disseram
ontem que os EUA não têm
o direito de explorar o petróleo iraquiano e devem retirar-se no menor prazo possível, entregando à ONU o
papel central no pós-guerra.
Encontro em Riad (Arábia
Saudita) de representantes
dos vizinhos imediatos do
Iraque, além de Egito e Bahrein, concluiu que as forças
americanas precisam restabelecer a segurança e a estabilidade após a invasão, mas
devem deixar o Iraque o
quanto antes e permitir que
sua população forme seu
próprio governo.
""[Os ministros" afirmaram que a população iraquiana deve administrar e
governar o seu país sozinha
e que qualquer exploração
de seus recursos naturais deve ser feita segundo a vontade do governo legítimo e da
população do Iraque", disseram os representantes, em
comunicado conjunto lido
pelo chanceler saudita, o
príncipe Saud Al Faissal.
""Se o que elas [as forças de
ocupação" pretendem é a exploração do petróleo iraquiano, isso não terá qualquer base legítima", disse
Faissal após o término das
conversações na capital saudita. Além disso, afirmou, as
sanções impostas pela ONU
ao Iraque devem terminar
apenas quando esse país tiver um governo legítimo.
""O Iraque se encontra dominado por uma potência
de ocupação, e qualquer pedido para que as sanções sejam suspensas precisa ser
feito quando houver um governo legítimo que represente a população", disse o
chanceler, depois das discussões sobre as implicações
regionais da esmagadora vitória militar norte-americana. As conversações tiveram
a presença dos chanceleres
de Irã, Turquia, Kuait, Jordânia, Síria, Egito e Bahrein.
Os EUA querem que as
sanções impostas pela ONU
ao Iraque depois da invasão
do Kuait, em 1990, sejam
canceladas rapidamente.
Washington quer aumentar
a produção petrolífera iraquiana para aumentar as receitas que seriam utilizadas
para ajudar a pagar a reconstrução do país. Empresas
-americanas estão ganhando
de Washington grandes licitações para a reconstrução.
O Iraque possui a segunda
maior reserva petrolífera
comprovada do mundo, e
Arábia Saudita e Kuait temem que sua receita petrolífera seja prejudicada se o
óleo iraquiano voltar a ser
vendido no mercado aberto,
em lugar de sê-lo sob o controle do regime de sanções.
Os países pediram um papel central para a ONU no
pós-guerra iraquiano.
Indagado se os oito países
pretendem ter algum papel
na formação do novo Iraque, Faissal respondeu:
""Não vamos permitir qualquer ingerência nos assuntos internos do Iraque".
Para Faissal, as forças lideradas pelos EUA precisam
restabelecer a ordem. ""Sair
às ruas no Iraque está sendo
perigoso, e os saques continuam. É preciso que essas
coisas parem para que os
iraquianos possam trabalhar
em conjunto para criar sistemas e administrações que
exprimam sua vontade e
suas necessidade, em todo o
país." Excetuando a Síria e o
Irã, todos os países no encontro são aliados dos EUA
que ofereceram alguma espécie de apoio à invasão.
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