São Paulo, quarta-feira, 20 de junho de 2007 |
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entrevista Sinto-me um leproso, diz marido de refém DA REPORTAGEM LOCAL
A campanha mais árdua
pela libertação de Betancourt é na Colômbia, onde a
refém liderava um partido
nanico, o Verde Oxigênio, e
não é uma celebridade como
na França. "URIBE NÃO LIGA" "O presidente está usando o assunto como cortina de fumaça. O escândalo das ligações dos esquadrões da morte paramilitares com gente do governo já derrubou até sua chanceler. Em cinco anos, ele não fez nada. Em um país civilizado, é impossível pensar que 3.000 reféns não sejam a maior prioridade para um presidente. Para Uribe, era a 40ª prioridade." FRANÇA X COLÔMBIA "Não há pressões, não há passeatas, nada. A sociedade colombiana está anestesiada por 40 anos de violência. Todo dia você lê sobre emboscadas, chacinas contra indígenas ou camponeses, morte de soldados e policiais. As pessoas preferem olhar para a frente e ignorar o assunto. Já na França, liberdade é sagrada. Eles são apaixonados por Ingrid." LEPROSO "Não é fácil ser visto como o "anti-Uribe" por excelência na Colômbia. Às vezes me sinto um leproso. Até amigos que me apoiavam se afastaram quando comecei a criticar o presidente. A elite colombiana é muito uribista, sinto uma solidão enorme." FAMÍLIA UNIDA "Não tinha uma boa relação com o ex de Ingrid, Fabrice. Hoje ficamos muito amigos, nos falamos sempre. A família se uniu muito, cada um inventa uma idéia para pressionar os governos e chamar atenção para o seqüestro. Não tenho filhos, então os filhos de Ingrid são como meus. Por culpa do seqüestro, perdi os dois, que voltaram para a França." RETORNO DE INGRID "Tenho certeza de que ela continuará seu sonho de ser presidente da Colômbia. Um refém que esteve com ela contou que ela tentou fugir várias vezes, continua com seu espírito de luta intacto. Acho que ela poderia ser uma boa embaixadora para negociações de paz na Colômbia." URIBE EM BAIXA "Há três meses, Uribe não precisava de apoio europeu. Foi reeleito com quase 70%, tinha popularidade enorme e respaldo moral e financeiro dos Estados Unidos. A Europa não contava muito para ele. Agora tudo mudou." AJUDA DE SARKOZY "Houve mais gestões no último mês pela liberdade de Ingrid do que nos últimos anos. Sarkozy falou com Uribe, com Lula e [o mexicano Felipe] Calderón, intercedeu pela libertação do "chanceler" das Farc [Rodrigo Granda], levou o tema ao G8." NEGOCIAR COM FARC "As Farc pedem um território de menos de 1.000 km2 por 45 dias. Quinze para sair do esconderijo, 15 para negociar e fazer a troca de reféns por presos, outros 15 para voltarem às montanhas sem serem presos. Por que o governo ao menos não tenta? Soltar guerrilheiros unilateralmente não adianta nada." Texto Anterior: Crise de Uribe faz de Betancourt prioridade Próximo Texto: G8 pede desculpas por "erro" em cúpula Índice |
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