São Paulo, quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Atentado suicida deixa 43 mortos na Argélia

DA REDAÇÃO

Um ataque com carro-bomba deixou ontem pelo menos 43 mortos e 38 feridos na cidade argelina de Les Issers, cerca de 60 km ao leste da capital, Argel. Foi o pior atentado no país africano desde os anos 90, quando grupos islâmicos radicais lançaram uma campanha de ataques contra a população civil.
Um camicase no volante lançou, no início da manhã, um veículo carregado de explosivos contra uma fila de jovens que esperavam para prestar o concurso da academia de polícia local. Quase todas as vítimas do atentado eram estudantes de entre 18 e 20 anos.
Até o fechamento desta edição nenhum grupo havia reivindicado a autoria do atentado, mas a imprensa argelina o atribuiu à Al Qaeda no Magreb Islâmico, que assumiu a culpa por diversos ataques realizados nos último dois anos.
Em dezembro último, um duplo ataque suicida matou 41 pessoas em Argel, entre as quais 17 funcionários da ONU. Em abril de 2007, ataques coordenados a prédios do governo e a uma delegacia na capital argelina deixaram 33 mortos.
No último domingo, uma emboscada contra um comboio militar matou 12 pessoas, numa região 500 km ao leste de Argel.
O grupo terrorista surgiu com o nome Grupo Salafista pela Pregação e o Combate (GSPC), em resposta ao golpe de Estado dos militares, que cancelaram o segundo turno das eleições legislativas de 1992 -quando era dada como certa a vitória de um partido islâmico radical. Ataques do GSPC deixaram mais de 150 mil mortos nos anos 90.
A situação se acalmou com a chegada ao poder, em 1999, do presidente Abdelaziz Bouteflika, que lançou uma campanha de reconciliação nacional, culminando com o indulto de militantes islâmicos em 2005.
A violência voltou no final de 2006, quando o GSPC anunciou a mudança de nome e a integração à rede terrorista de Osama bin Laden, sob o pretexto de que a Argélia estava sendo dominada pelo Ocidente.

Com agências internacionais



Texto Anterior: Paquistão vai rever sua política antiterrorismo
Próximo Texto: Sem sanção, Otan adverte Moscou por conflito
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.