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Candidatos prometem manter a dolarização
DA REDAÇÃO
O que era para ser o grande tema de debate durante a campanha presidencial no Equador acabou se tornando um grande objeto de consenso entre os candidatos: a manutenção da dolarização
da economia, adotada em janeiro
de 2000.
Todos os candidatos dizem que
manterão a dolarização, se eleitos.
Mesmo aqueles que criticavam
duramente a medida, como o social-democrata Rodrigo Borja,
passou a declarar nos últimos meses que a sua reversão é inviável.
O problema, que também não
recebeu a devida atenção dos candidatos durante a campanha, é
como fazer a economia do país
crescer e a produtividade aumentar para evitar a perda de competitividade dos produtos de exportação do país.
Adotada pelo então presidente
Jamil Mahuad, poucos dias antes
de ser derrubado, para terminar
com a forte pressão cambial sobre
a antiga moeda, o sucre, a dolarização encareceu as exportações e
barateou as importações, gerando
um efeito perverso para a balança
comercial do país.
Em 2000, ainda na onda da maxidesvalorização do sucre antes
da dolarização, as exportações do
país aumentaram 18,5% em relação ao ano anterior, mas, a partir
dali, só caíram -1,3%, em 2001, e
4,3% até agora em 2002. As importações, ao mesmo tempo, aumentaram 65% em 2000 e 26,7%,
em média, no período posterior.
As projeções indicam para este
ano um déficit comercial de 10%
do PIB (Produto Interno Bruto).
"Políticas compensatórias"
"Fizemos esforços para encontrar nas propostas dos candidatos
medidas concretas para combater
os problemas de fundo de nossa
economia, mas só há declarações
bastante gerais e ambíguas", diz
Mauricio Peña, diretor-executivo
da Fedexpor (Federação Equatoriana de Exportadores).
Segundo ele, a organização não
é necessariamente contra a manutenção da dolarização, mas pede a adoção de "medidas corretivas".
"Necessitamos de medidas
compensatórias, com incentivos
para a produção, políticas de desenvolvimento tecnológico e uma
política tributária mais eficiente",
afirma. "Sem isso, o Equador não
poderá mais sustentar a dolarização", diz.
Para o analista político Juan Terán, do Centro Andino de Estudos Internacionais, da Universidade Simón Bolívar, "os candidatos sabem que a dolarização está
se inviabilizando aceleradamente,
mas preferem não mencionar isso
porque estão em campanha eleitoral, vendendo ilusões".
(RW)
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