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Após levante, votos de índios se dividem
DA REDAÇÃO
Responsável pelo levante que
derrubou o presidente Jamil Mahuad em janeiro de 2000, a comunidade indígena do Equador chega à eleição presidencial de hoje
dividida. O ex-presidente da Conaie (Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador),
Antonio Vargas, foi abandonado
por sua entidade, que preferiu
apoiar o coronel reformado Lucio
Gutiérrez.
Vargas e Gutiérrez lideraram o
levante contra Mahuad e fizeram
parte, com o então presidente da
Suprema Corte, Carlos Solórzano,
do triunvirato que tomou a Presidência equatoriana por um dia
durante o golpe. Vargas se disse
depois "traído" pelos militares,
que acabaram apoiando a posse
do vice de Mahuad, Gustavo Noboa.
Enquanto Gutiérrez, com 12%
das intenções de voto nas pesquisas, disputa palmo a palmo um lugar no segundo turno da eleição
(que acontece no mês que vem),
Vargas aparecia nas últimas pesquisas de intenção de voto com
cerca de 1%.
"Vargas não representa mais os
indígenas. Ele apresentou a candidatura por sua conta e risco", diz
o atual presidente da Conaie, Leonidas Iza. "Havia muita ambição
envolvida", afirmou.
Com a falta de apoios, Vargas
chegou a ter problemas para registrar sua candidatura, por falta
de assinaturas para respaldar sua
agremiação, Amauta Jatari (Sábio
Levante), braço político da Federação de Indígenas Evangélicos.
Sua postulação só foi confirmada
oficialmente há algumas poucas
semanas.
Ligado à Conaie, o movimento
político Pachakutik (Novo Amanhecer), que conseguiu eleger seis
deputados nas eleições de 1996,
aposta no apoio a Lucio Gutiérrez
para aumentar sua bancada neste
ano.
Dois anos atrás, o movimento já
havia conseguido eleger cinco governos regionais, 32 prefeituras e
uma centena de vereadores.
A população indígena no Equador é estimada entre 30% e 40%
dos 12,2 milhões de habitantes do
país.
Com agências internacionais
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