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Maior central sindical nega apoio a ex-general
DA REDAÇÃO
Nem González Macchi nem
Oviedo. Para a Central Nacional
dos Trabalhadores, principal central sindical do Paraguai, a oposição aferrada ao atual governo não
significa, de nenhuma forma,
adesão ao ex-general.
"[Luiz] González Macchi não
representa os interesses nacionais, mas tampouco deve ser derrubado para dar lugar a um projeto fascista como o de [Lino" Oviedo", disse à Folha o secretário-geral-adjunto da central, Juan Torrales. Segundo ele, a organização
não teve participação nas manifestações que pediam a renúncia
do presidente, na última segunda-feira, supostamente organizadas
por Oviedo e seus simpatizantes.
"Ele não representa as aspirações do setor social, então vai fracassar sempre em suas tentativas
de golpe, pois não tem apoio",
disse. Leia a seguir trechos da entrevista que concedeu à Folha,
por telefone, de Assunção.
(RW)
Folha - Vocês participaram das
manifestações contra o governo na
última segunda-feira?
Juan Torrales - Não. Repudiamos a repressão e a violação aos
direitos humanos e ao respeito à
livre manifestação. Nisso somos
categóricos. Mas também não podemos apoiar o plano de um setor
político que quer tomar conta do
país com um projeto fascista.
Folha - O sr. se refere ao ex-general Lino Oviedo?
Torrales - Concretamente considero que o ex-general Oviedo representa uma posição fascista que
se reflete em sua posição golpista.
Folha - E vocês apóiam o governo
de Luiz González Macchi?
Torrales - Não estamos de acordo com o governo nacional, porque ele está em dívida com a sociedade paraguaia. A atual política econômica leva ao caos todo o
povo e não responde às expectativas da sociedade paraguaia. O governo não adota uma política que
atenda às necessidades mais urgentes de nosso povo.
Folha - Vocês defendem a saída
de González Macchi?
Torrales - Não. Queremos uma
reorientação da política econômica para o setor produtivo, para
que o país cresça e haja geração de
empregos. González Macchi não
representa os interesses nacionais, mas tampouco deve ser derrubado para dar lugar a um projeto fascista como o de Oviedo.
Folha - Oviedo ou algum de seus
seguidores pediu o apoio de vocês
para as manifestações de segunda?
Torrales - Nunca tivemos contatos com o oviedismo. Esse projeto
não representa o espírito democrático que defendemos.
Folha - O governo conseguirá se
livrar das ameaças de desestabilização pela sombra de Oviedo?
Torrales - Acho que o ex-general
Oviedo não representa as aspirações do setor social, então vai fracassar sempre em suas tentativas
de golpe, pois não tem apoio. Mas
ele continuará como uma sombra
para González Macchi, pois eles
também têm, no seio do Partido
Colorado, simpatizantes de Oviedo. Os partidários de Oviedo no
Partido Colorado é que serão a
sombra para o atual e para os próximos presidentes.
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