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Moscou quer ter 18 postos
de controle
na Geórgia
DA REDAÇÃO
Em mais um dia sem sinais
da prometida retirada russa da
Geórgia, o número dois do
Exército da Rússia, Anatoli Nogovitsin, disse que o país pretende instalar 18 postos de controle militar em uma zona-tampão expandida fora das separatistas Ossétia do Sul e Abkházia. Ainda ontem, após rejeitar texto francês na terça,
Moscou apresentou uma proposta própria de resolução sobre o conflito ao Conselho de
Segurança da ONU.
Segundo Nogovitsin, os postos de controle contarão com
270 soldados e formarão zonas
de segurança cujos limites ficarão próximos às cidades georgianas de Gori, a 30 km da Ossétia do Sul, e Senaki, próxima à
Abkházia. Para Tbilisi, a extensão do raio de ação russo é, na
verdade, maior do que o previsto pelo ambíguo cessar-fogo assinado pelas partes.
Ontem mesmo, segundo relatou a Associated Press, soldados russos ergueram um posto
de controle em Igoeti, a apenas
50 km da capital Tbilisi. Mobilizações de tropas e blindados
também foram registradas nos
entornos de Poti, no litoral do
mar Negro, e Senaki, onde postos temporários estavam sendo
construídos,.
Em Gori, central no conflito
devido à localização estratégica, os russos não eram mais vistos, mas restringiam o acesso à
cidade apenas a moradores, excluindo jornalistas estrangeiros, ainda segundo a Associated
Press. Na terça, o presidente
russo, Dmitri Medvedev, havia
garantido ao francês Nicolas
Sarkozy que seu país completaria a retirada até amanhã.
Na frente diplomática, o embaixador da Rússia na ONU, Vitali Churkin, apresentou uma
proposta de resolução que simplesmente reafirma os seis
pontos acordados no acordo
mediado por Sarkozy em nome
da União Européia. O texto russo rejeita a referência à integridade territorial da Geórgia e
preserva a permissão às "medidas adicionais de segurança"
que o país vem efetuando fora
das regiões autonomistas.
Na véspera, Moscou, que
possui poder de veto no Conselho de Segurança, havia rejeitado a proposta apresentada pela
França, que previa o retorno
imediato da Rússia e da Geórgia para as posições de antes do
conflito. O argumento russo foi
justamente o de que o texto não
levava em conta os seis pontos
do acordo de cessar-fogo.
"Ninguém no CS pode objetar o endosso dos seis princípios dos presidentes da Rússia
e da França, que são os fundamentos dos presentes esforços
pela normalização da situação",
disse Churkin. Segundo Paris, a
não-contemplação dos pontos
no seu texto justifica-se pela
falta de compromisso demonstrada por Moscou até agora
com a retirada prometida.
Com agências internacionais
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