São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 2008

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Moscou quer ter 18 postos de controle na Geórgia

DA REDAÇÃO

Em mais um dia sem sinais da prometida retirada russa da Geórgia, o número dois do Exército da Rússia, Anatoli Nogovitsin, disse que o país pretende instalar 18 postos de controle militar em uma zona-tampão expandida fora das separatistas Ossétia do Sul e Abkházia. Ainda ontem, após rejeitar texto francês na terça, Moscou apresentou uma proposta própria de resolução sobre o conflito ao Conselho de Segurança da ONU.
Segundo Nogovitsin, os postos de controle contarão com 270 soldados e formarão zonas de segurança cujos limites ficarão próximos às cidades georgianas de Gori, a 30 km da Ossétia do Sul, e Senaki, próxima à Abkházia. Para Tbilisi, a extensão do raio de ação russo é, na verdade, maior do que o previsto pelo ambíguo cessar-fogo assinado pelas partes.
Ontem mesmo, segundo relatou a Associated Press, soldados russos ergueram um posto de controle em Igoeti, a apenas 50 km da capital Tbilisi. Mobilizações de tropas e blindados também foram registradas nos entornos de Poti, no litoral do mar Negro, e Senaki, onde postos temporários estavam sendo construídos,.
Em Gori, central no conflito devido à localização estratégica, os russos não eram mais vistos, mas restringiam o acesso à cidade apenas a moradores, excluindo jornalistas estrangeiros, ainda segundo a Associated Press. Na terça, o presidente russo, Dmitri Medvedev, havia garantido ao francês Nicolas Sarkozy que seu país completaria a retirada até amanhã.
Na frente diplomática, o embaixador da Rússia na ONU, Vitali Churkin, apresentou uma proposta de resolução que simplesmente reafirma os seis pontos acordados no acordo mediado por Sarkozy em nome da União Européia. O texto russo rejeita a referência à integridade territorial da Geórgia e preserva a permissão às "medidas adicionais de segurança" que o país vem efetuando fora das regiões autonomistas.
Na véspera, Moscou, que possui poder de veto no Conselho de Segurança, havia rejeitado a proposta apresentada pela França, que previa o retorno imediato da Rússia e da Geórgia para as posições de antes do conflito. O argumento russo foi justamente o de que o texto não levava em conta os seis pontos do acordo de cessar-fogo.
"Ninguém no CS pode objetar o endosso dos seis princípios dos presidentes da Rússia e da França, que são os fundamentos dos presentes esforços pela normalização da situação", disse Churkin. Segundo Paris, a não-contemplação dos pontos no seu texto justifica-se pela falta de compromisso demonstrada por Moscou até agora com a retirada prometida.

Com agências internacionais

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