São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 2003 |
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"Não podemos falar em crise" na UE, diz pai do projeto de Constituição
THOMAS FERENCZI
Em entrevista ao diário francês,
Valéry Giscard d'Estaing, presidente da Convenção sobre o Futuro da Europa e ex-presidente da
França (1974-1981), relativiza a
crise criada pelo fracasso da cúpula de Bruxelas e se pronuncia contra um ""núcleo duro" europeu. Pergunta - O fracasso da cúpula de Bruxelas, após a crise iraquiana, é a prova de que a Europa expandida ainda não poderá funcionar? Valéry Giscard d'Estaing - Creio que não. Não podemos falar em crise. Nós nos iludimos em relação à rapidez com a qual poderíamos concluir a conferência intergovernamental. Sempre duvidei que fosse possível fazer o trabalho de reflexão e de aproximação dos pontos de vista entre o início de outubro e meados de dezembro. O mais importante é que o texto da Constituição não foi abalado. Houve divergências em relação às regras relativas ao voto no Conselho de Ministros e à composição da Comissão Européia, além de algumas exigências britânicas, mas nada mais. Alguns avanços fortes da Constituição não foram questionados, em especial aquele que talvez tenha sido o mais importante de todos: a presidência estável da União Européia. Será preciso retomar a discussão para chegarmos a um acordo global. Espero que retomemos o projeto de Constituição com calma. Pergunta - A batalha girou em
torno do direito de voto. Com questões como essa em jogo, como se
pode esperar uma aproximação entre posições tão antagônicas? Pergunta - É recomendável criar
um "núcleo duro", que avançaria
mais rápido que o resto do bloco? Pergunta - Os fundadores do bloco devem dizer que adotarão o texto aconteça o que acontecer? |
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