|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SOCIEDADE
Chance de adolescentes ficarem bêbados e se drogarem cresce se amigos são sexualmente ativos, diz pesquisa
Estudo americano mapeia efeito das "más companhias"
COURTNEY RADSCH
DO "NEW YORK TIMES"
O ditado "diga-me com quem
andas e eu te direi quem és" ganhou significado adicional na última quinta-feira, com a divulgação de um estudo americano indicando que os adolescentes cujos
amigos são sexualmente ativos
apresentam probabilidade maior
de fumar, beber ou se drogar.
Adolescentes com ao menos
50% de seus amigos sexualmente
ativos têm 31 vezes mais chances
de se embebedar, 5,5 vezes mais
chances de fumar e 22,5 vezes
mais chances de já terem usado
maconha, diz o estudo, divulgado
pelo Centro Nacional de Dependência e Abuso de Substâncias, da
Universidade Columbia.
"A mensagem para os pais é clara", disse o presidente do centro,
Joseph Califano Jr. "O trovão da
atividade sexual e dos namoros
adolescentes pode assinalar os
raios do abuso de álcool e de drogas." Califano disse que os resultados não indicam que a atividade
sexual causa abuso de drogas e/ou
álcool ou vice-versa, mas sim que
apontam o aumento desse risco.
Ele disse que 14,1 milhões de jovens de 12 a 17 anos nos EUA correm risco médio ou alto de abusar
de drogas ou álcool e que esse risco está "estreitamente vinculado"
à atividade sexual e ao namoro.
Um adolescente que passa 25
horas ou mais por semana na
companhia da namorada tem
cinco vezes mais chances de se
embriagar e 4,5 vezes mais chances de consumir maconha do que
um colega que passa menos de
dez horas semanais com a namorada, constatou a pesquisa.
Entre os adolescentes entrevistados, 31% disseram estar namorando, fator que aumenta seu índice de risco médio. O estudo
também constatou que meninas
que namoram garotos pelo menos dois anos mais velhos do que
elas têm duas vezes mais probabilidade de beber, 4,5 mais chances
de fumar e seis vezes mais chances de se embriagar ou de terem
experimentado maconha.
A pesquisa indicou que 11,5 milhões de adolescentes têm amigos
que descarregam pornografia da
internet e que um adolescente cujos amigos, em sua maioria, o fazem, apresenta três vezes mais
chances de fumar, beber ou usar
drogas do que um adolescente
que não tem amigos que o fazem.
Steve Wagner, da QEV Analytics, que realizou a pesquisa, disse
que o estudo, a nona Pesquisa Nacional sobre Atitudes Americanas
em Relação ao Abuso de Drogas e
Álcool, perguntou sobre as atitudes manifestadas pelos amigos
dos entrevistados, em lugar de
perguntar sobre o comportamento dos próprios entrevistados.
Wagner explicou: "O teen que
diz a você que mais da metade dos
amigos fuma maconha tem chances muito maiores de já ter experimentado a droga".
Califano disse que uma constatação permanece a mesma desde
o primeiro estudo, de 1995: o alto
grau de omissão dos pais em relação aos filhos adolescentes e às
drogas. A pesquisa sugere uma
maneira simples de os pais reduzirem a probabilidade de seus filhos fumarem, beberem ou se
drogarem: jantar com eles.
Os adolescentes que jantam
com a família menos de duas vezes por semana tem 50% mais
chances de exagerar no consumo
de drogas e álcool do que aqueles
que jantam com seus pais cinco
ou mais vezes por semana.
Foram entrevistados mil adolescentes e 500 pais, em telefonemas aleatórios. O relatório está no
www.casacolumbia.org.
Tradução de Clara Allain
Texto Anterior: Artigo: Filme de Michael Moore abomina a história Próximo Texto: Ásia: China usa economia para se firmar no Tibete Índice
|