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Veterano de outros governos, o secretário da Defesa aparece hoje como o assessor mais influente de Bush
Rumsfeld ganha força em tempo de guerra
DE WASHINGTON
Enquanto os EUA caminham
para sua segunda guerra em menos de dois anos, Donald Rumsfeld, o veterano (71 anos de idade)
e conservador secretário da Defesa de George W. Bush, aparece como o mais poderoso e influente
assessor do presidente.
Tendo trabalhado diretamente
para outros dois presidentes (Nixon e Ford), Rumsfeld iniciou sua
atual gestão discretamente e virou
vedete após a vitória militar avassaladora dos EUA sobre o Taleban. Logo após 11 de setembro de
2001, Rumsfeld disse a Bush que
os EUA não precisavam de uma
coalizão para invadir o Afeganistão. Segundo ele, considerando a
gravidade dos atentados, a guerra
seria uma reação legítima e a diplomacia, um sinal de fraqueza.
Contrariando o secretário de
Estado, Colin Powell, Rumsfeld
argumentava que a diplomacia
permitiria ao antiamericano fingir que é pró-americano e daria
tempo para o inimigo armar-se.
Para ele, os EUA precisavam exercitar sua hegemonia de forma inequívoca e, se necessário, sós. Essa
posição serviu de base para a doutrina de ataques preventivos adotada pelo governo na mais recente
estratégia de segurança nacional.
Desde então, Rumsfeld tem feito propostas ainda mais ousadas.
Recentemente, disse que os EUA
são "perfeitamente capazes" de
realizar ações militares contra o
Iraque e a Coréia do Norte ao
mesmo tempo -se necessário.
Formado em política pela Universidade de Princeton, em 1954,
Rumsfeld passou três anos na
Marinha antes de dar início a uma
carreira política precoce. Em
1962, foi eleito para a Câmara dos
Representantes pelos Estado de
Illinois, foi reeleito para mais três
mandatos e demitiu-se, em 1969,
para juntar-se ao governo Nixon.
Em 1973, foi embaixador na
Otan, voltando a Washington em
1974 para liderar a equipe de transição do presidente Gerald Ford.
Foi nomeado chefe de gabinete
da Casa Branca, tendo, à época,
chamado o atual vice-presidente,
Dick Cheney, para ser seu subordinado. Nasceria ali uma relação
que explica as alianças entre as
facções da atual administração
Bush. Entre 1975 e 1977, Rumsfeld
tornou-se o mais jovem secretário
da Defesa da história. E Cheney o
sucedeu no cargo.
No fim do governo democrata
de Bill Clinton, Rumsfeld presidiu
a comissão bipartidária do Congresso sobre ameaças de mísseis
balísticos. Acusado de superestimar os riscos de um ataque aos
EUA para justificar a construção
de um escudo antimísseis, Rumsfeld deu as costas para seus opositores e caiu nas graças do então
candidato George W. Bush.
"Don e eu estabelecemos três
objetivos claros para guiar a política de defesa norte-americana",
declarou Bush sobre Rumsfeld.
"Primeiro, fortaleceremos a
união de confiança entre o povo
norte-americano e os que vestem
o uniforme da nossa nação. Daremos a eles as ferramentas necessárias e o respeito que merecem.
Segundo, trabalharemos para defender nosso povo e nossos aliados contra ameaças crescentes; as
ameaças de mísseis, da guerra da
informação, as ameaças das armas biológicas, químicas e nucleares... Terceiro, começaremos
a criar as Forças Armadas do futuro, que possam aproveitar totalmente as novas e revolucionárias
tecnologias. Promoveremos a paz
redefinindo a forma como as
guerras serão disputadas."
Rumsfeld foi para o setor privado no fim do governo Ford. Foi
presidente da Instrument General
Corporation e da G. D. Searle &
Co.
(MARCIO AITH)
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