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ISRAEL
Dois suicidas palestinos morrem; Jihad Islâmico assume autoria
Ataque inédito de barco-bomba fere 4 israelenses
DA REDAÇÃO
Numa forma ainda inédita de
terrorismo no conflito entre Israel
e palestinos, dois suicidas palestinos explodiram ontem a embarcação carregada de bombas em
que estavam, ao serem abordados
por uma patrulha naval israelense
no litoral de Gaza.
Os dois suicidas morreram. Na
explosão ficaram feridos quatro
marinheiros israelenses.
O grupo palestino radical Jihad
Islâmico, em comunicado publicado no Líbano, reivindicou a autoria da ação, que provavelmente
visava embarcações de maior
porte da Marinha de Israel.
O comunicado palestino afirma
que o barco israelense responsável pela intercepção afundou com
a ação dos explosivos. A versão é
negada por Israel, que afirma terem ocorrido apenas avarias.
Ao menos 1.677 palestinos e 662
israelenses morreram desde o reinício das hostilidades na região,
em setembro de 2000, provocadas
pelo impasse no processo de paz.
O episódio naval de ontem
ocorreu ao mesmo tempo em que
forças israelenses demoliam, em
Belém, na Cisjordânia, casas de
quatro ativistas das Brigadas de
Al-Aqsa, ligadas à Fatah, à qual
também pertence Iasser Arafat.
Forças israelenses afirmam estar atrás de 30 palestinos responsáveis pelo treinamento de homens-bomba em Belém.
Seis casas de conhecidos moradores na comunidade já foram
destruídas desde sexta. Entre elas,
a de Walid Sbeh, morto em julho,
a de Atef Abayat, que morreu com
a explosão de um carro-bomba
em outubro do ano passado, e a
de Mahmoud Salah, foragido.
A ocupação de Belém foi uma
resposta ao atentado suicida pelo
qual um palestino, na véspera, explodiu a si mesmo e matou 22 israelenses, entre eles quatro crianças. O atentado foi reivindicado
pelo Jihad e pelo Hamas.
Ainda ontem, a rádio do Exército de Israel deu a versão oficial para a morte de um funcionário das
Nações Unidas, de nacionalidade
britânica, no campo de refugiados
palestinos de Jenin.
Segundo a rádio, Ian Hook, 50,
foi morto ao tirar do bolso um telefone celular que um soldado israelense acreditou ser uma granada. O soldado então o abateu. Seu
corpo será autopsiado hoje e repatriado ao Reino Unido.
A morte de Hook provocara
consternação na sede da ONU,
em Nova York, onde o secretário-geral da organização, Kofi Annan,
por meio de um porta-voz, declarou-se "consternado" pela notícia
de que militares israelenses impediram a entrada de uma ambulância enviada a Jenin para resgatar o alto funcionário ferido.
O bloqueio da ambulância é, no
entanto, controvertido. Militares
israelenses negaram ontem que
isso tenha ocorrido. Disseram ter
providenciado uma ambulância,
que chegou com presteza e já encontrou Ian Hook morto.
Cerca de 2.000 palestinos participaram ontem do enterro de um
garoto de 11 anos, Mohammed Bilalu, morto durante a ação em Jenin porque atirava pedras contra
soldados israelenses.
Com agências internacionais
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