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IRAQUE OCUPADO
Insurgentes usam até barcos e matam mais de 50; número de militares americanos mortos chega a 109 em abril
Ataques matam 7 dos EUA e dezenas de civis
DA REDAÇÃO
Uma série de explosões em várias cidades iraquianas, incluindo
um ataque por mar ao terminal
petrolífero de Basra, matou ontem mais de 50 pessoas, entre elas
sete militares norte-americanos e
quatro policiais iraquianos.
Vários foguetes foram lançados
contra o bairro xiita de Sadr City,
em Bagdá, atingindo um mercado, destruindo casas e matando
ao menos 13 civis iraquianos. Nas
cercanias de Bagdá, insurgentes
atacaram uma base militar americana com foguetes e mataram
cinco soldados.
Os insurgentes fizeram também
um ataque suicida com barcos no
porto de Basra, matando dois marinheiros americanos e ferindo ao
menos mais quatro.
Ao menos 12 iraquianos morreram em outros ataques dos insurgentes. Houve um atentado com
carro-bomba em Tikrit (que matou os policiais iraquianos), enfrentamentos entre soldados poloneses e milicianos xiitas em
Karbala e ações militares americanas em Sadr City.
Perto de Iskandariya (50 km ao
sul de Bagdá), uma bomba no
acostamento de uma estrada matou ao menos 14 iraquianos e feriu
outros 12 que estavam em um
ônibus que se dirigia a Bagdá, informou o médico Abbas Wissan
al Shamari. Esse atentado não foi
confirmado por fontes oficiais.
Cinco militares americanos foram mortos quando dois foguetes
atingiram uma base americana
em Taji, de acordo com o tenente-coronel Sam Hudspath. Helicópteros militares americanos destruíram, em seguida, o caminhão
em que estavam os insurgentes,
matando cinco pessoas, ainda segundo Hudspath.
Seis soldados ficaram feridos
nesse ataque. Três deles estavam
em estado crítico, segundo fontes
militares. Durante o regime do
ex-ditador Saddam Hussein, Taji
(20 km ao norte de Bagdá) abrigava uma grande base da Força Aérea iraquiana.
Outra baixa americana foi um
marine, que morreu após ficar
dez dias hospitalizado. Ele fora ferido em confrontos na Província
de Anbar, em 14 de abril.
Sadr City
Na madrugada de ontem, forças
americanas atacaram locais ocupados por supostos insurgentes
em Sadr City, no leste de Bagdá, o
que provocou uma "batalha" na
qual morreram dois iraquianos,
segundo militares americanos.
No enfrentamento, três meninas
iraquianas ficaram gravemente
queimadas quando uma bomba
explodiu em seu quarto.
Horas mais tarde, vários foguetes foram lançados contra um
mercado de Sadr City, uma espécie de favela onde vivem cerca de 1
milhão de pessoas. Um deles atingiu um local de grande movimentação, deixando ao menos sete
mortos e 38 feridos, segundo fontes hospitalares. Posteriormente,
outras bombas foram lançadas
contra Sadr City e atingiram uma
casa, matando uma mulher e ferindo gravemente sua filha.
Não ficou claro quem estava por
trás dos ataques a Sadr City, que é
um reduto do Exército Mehdi, espécie de milícia liderada pelo clérigo xiita radical Moqtada al Sadr.
Por mar
Em Basra, houve o primeiro ataque marítimo a instalações petrolíferas desde o início da ocupação
do Iraque. Os insurgentes usaram
dois barcos-bomba.
Uma embarcação norte-americana tentou interceptar um barco
que se aproximava do terminal
portuário, localizado no norte do
golfo Pérsico e responsável por
grande parte das exportações de
petróleo do país. O barco explodiu, matando dois marinheiros
americanos e ferindo ao menos
mais quatro. Aproximadamente
20 minutos depois, outro barco
explodiu nas proximidades do
porto, que foi fechado.
A morte dos dois marinheiros
em Basra, dos cinco soldados em
Bagdá e a do fuzileiro naval elevou
para 109 o número de mortos entre as forças americanas desde o
início de abril. Desde março do
ano passado, 715 militares americanos morreram no Iraque.
O Pentágono anunciou, anteontem, que 595 soldados americanos foram feridos nos últimos 15
dias, elevando para 3.864 o número de militares feridos em combate desde o início do conflito.
Ainda anteontem, Lakhdar Brahimi, enviado especial da ONU,
afirmou que os 25 membros do
Conselho de Governo Iraquiano,
que foram escolhidos pelos EUA,
deveriam ser excluídos do governo interino, que, se o cronograma
for mantido, deverá assumir o poder em menos de três meses.
Segundo Brahimi, um grupo de
"tecnocratas" deverá governar o
país, enquanto os 25 membros do
Conselho de Governo Iraquiano
deverão fazer campanha para as
eleições, que estão marcadas para
o final de janeiro do ano que vem.
Washington decidiu apoiar o
plano de Brahimi para o Iraque.
Segundo especialistas, as autoridades americanas esperam ganhar mais apoio da comunidade
internacional ao abrir mão de
parte do poder no Iraque. No entanto, de acordo com os mesmos
especialistas, os EUA manterão o
controle militar, já que têm mais
de 100 mil soldados no país.
Com agências internacionais
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