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CHIPRE
Resultado exclui cipriotas turcos da União Européia
Plano de reunificação é rejeitado pela maioria dos cipriotas gregos
DA REDAÇÃO
Cipriotas gregos votaram ontem maciçamente contra a reunificação com os cipriotas turcos,
abortando um plano de paz
apoiado pela ONU para pôr fim a
30 anos de divisão da ilha.
Com 96% dos votos apurados
no sul, de cipriotas gregos, 76% se
declararam contra a unificação, e,
24%, a favor.
Já no norte, cipriotas turcos,
com a apuração praticamente encerrada, 65% votaram a favor do
plano e, 35%, contra.
Em uma declaração divulgada
em Bruxelas, a Comissão Européia "lamenta profundamente
que os cipriotas gregos" tenham
rejeitado o plano. "Perdeu-se
uma oportunidade única para solucionar a questão cipriota, que
vem de longa data", acrescentava
o comunicado.
Chipre -que tem hoje cerca de
760 mil habitantes- foi palco de
grande violência durante a década de 60. A ilha ficou dividida
após uma invasão turca em resposta a um golpe realizado pelos
gregos, em 1974. No ano seguinte,
os cipriotas turcos criaram uma
administração independente no
norte da ilha.
Os cipriotas gregos, no sul da
ilha, acreditam que o plano para a
divisão do poder proposto pela
ONU não lhes concedeu território
e garantias suficientes sobre a retirada dos cerca de 30 mil soldados
turcos estacionados no norte da
ilha desde a invasão. "Eu votei
contra o plano", disse o comerciante cipriota grego Loucas
Constantinou, 38. "Estou em paz
com minha consciência."
O premiê cipriota turco, Mehmet Ali Talat, conclamou a comunidade internacional a suspender
as sanções econômicas contra o
norte da ilha caso a região votasse
a favor do plano e, o sul, contra.
"Se dissermos "sim", não aceitaremos ser escravizados pelo "não"
dos cipriotas gregos. Para nós, o
mais importante é a suspensão
dos embargos", disse Ali Talat.
As sanções representam, na
prática, ausência de comércio direto, de transporte e de comunicação com qualquer outro país,
exceto a Turquia.
Se um dos dois lados deixasse
de aprovar a reunificação, somente a parte grega da ilha (que é reconhecida internacionalmente)
entrará na União Européia em 1º
de maio. A parte turca de Chipre
só é reconhecida pela Turquia.
Com agências internacionais
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