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IMIGRAÇÃO
Cartéis mexicanos organizam travessia de cubanos para EUA
JOÓLLE STOLZ
DO "MONDE"
Exilados cubanos nos EUA
pagam cartéis do narcotráfico mexicanos para organizarem a passagem de migrantes cubanos para o território
americano. De acordo com
as autoridades mexicanas,
esse tráfico rende até US$ 19
mil por migrante.
Um incidente ocorrido no
último dia 11 foi revelador.
Agentes de migração acompanhavam num ônibus 33
cubanos em situação irregular, além de quatro migrantes da América Central capturados na costa do México,
que seriam detidos em Tapachula, no Estado de Chiapas.
Normalmente os migrantes cubanos são detidos por
um mês em Tapachula e,
após pagarem multa, recebem autorização para ficar
dez dias no México. A administração fecha os olhos para
os meios que eles utilizam
para chegar à fronteira dos
EUA, onde recebem automaticamente uma permissão de
permanência temporária.
O veículo foi interceptado
em Chiapas por homens encapuzados, que "libertaram"
os cubanos. Oito dias depois,
18 deles foram encontrados
no Texas. Eles tinham passado por um esconderijo na região de Veracruz antes de
atravessar a fronteira em
Reynosa -uma rota controlada pelo Cartel do Golfo e
seus matadores, os "zetas".
A presença dos zetas na
operação foi confirmada pelo procurador-geral adjunto
da República, José Luis Santiago. Segundo o diário "La
Jornada", dois passadores
cubano-americanos, detidos
quando transportavam o
grupo, admitiram que faziam
parte de uma organização
anticastrista sediada em
Miami, a Fundação Nacional
Cubano-Americana (FNCA).
De acordo com eles, a
FNCA usa os serviços do
Cartel do Golfo desde 2005.
Os cubanos deixam a ilha em
pequenas embarcações e, ao
chegarem a águas internacionais, são transferidos para
lanchas ou iates e levados até
Tamaulipas, onde os zetas os
escoltam até a fronteira. Os
passadores, sob proteção judicial, afirmam que uma parte do dinheiro pago pelos migrantes é usada para subornar funcionários mexicanos.
Tradução de CLARA ALLAIN
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