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Governo dos EUA viola leis de contratação
Relatório oficial mostra que Departamento da Justiça veta advogados de carreira sem afinidade ideológica
DA REDAÇÃO
O Departamento da Justiça
dos EUA usou fatores políticos
ou ideológicos, nos últimos seis
anos, para selecionar advogados de carreira em um programa de recrutamento em universidades de elite, afirma relatório oficial divulgado ontem.
Tal procedimento viola as leis e
normas de contratação para o
serviço público americano.
No ano passado, o então secretário da Justiça, Alberto
Gonzalez, caiu no ápice de um
escândalo detonado pela demissão de nove advogados que
não se alinhavam ao governo
Bush. Desta vez, a parcialidade
aparece nas contratações.
O relatório, preparado pelo
inspetor-geral do departamento, é o primeiro de uma série de
investigações detonada pelo escândalo e uma admissão inédita por instâncias oficias de que
a pasta da Justiça se tornou um
instrumento político sob Bush.
Segundo o documento, as
práticas "incorrem em erro de
conduta e violam a política do
departamento, bem como as
leis do serviço público que proíbem discriminação na contratação com base em afiliação política ou ideológica", e foram
contestadas pela área de direitos civis da pasta.
O levantamento, que revisou
e-mails do processo seletivo,
mostra que foram rejeitadas
cartas de apresentação com comentários vistos como "esquerdistas" ou até palavras como "justiça social e ambiental".
Candidatos que tenham participado de organizações como o
Greenpeace ou o Conselho para Ação e Pesquisa sobre Raça e
Pobreza foram descartados.
Tais medidas começaram a
ser adotadas em 2002, no ano
seguinte a Bush assumir a Presidência, quando da ampliação
dos poderes do Executivo e do
endurecimento pós-11 de Setembro. Na época, assessores
reestruturaram o programa seletivo em resposta ao que viam
como uma "parcialidade progressista" na contratação de
advogados egressos de universidades como Harvard e Yale.
Assim, o recrutamento migrou das mãos do setor de carreiras para as de assessores políticos, que vetavam candidatos
vistos como progressistas ou
simpáticos à oposição democrata "em proporção significativamente maior" do que aqueles com inclinação conservadora ou republicana, diz o texto.
Com o "New York Times"
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